Quando começaram a namorar, em 2004, Alex e Elizabeth Harvey deram início a uma longa tradição. O casal visitava todos os anos — sem exceção — a casa de férias dos pais do britânico, no Algarve. Cada novo regresso confirmava o sentimento de ambos em relação àquela parcela do território nacional: do clima quente à comida local, estavam apaixonados pela região.
Nascidos em Birmingham, no Reino Unido, viviam em Londres desde 2012. O contraste com o sul do nosso País fê-los perceber que queriam uma melhor qualidade de vida. Porém, só sentiram a motivação para se mudarem quanto nasceu o filho Charlie, de 2 anos, e “arranjar tempo tornou-se uma prioridade absoluta”.
“Demorei algum tempo a convencer a Liz, que era advogada. Ela trabalhava muitas horas e também não estava feliz: não conseguíamos estar juntos tanto quanto gostaríamos. Então decidimos abrir a guesthouse com que sempre sonhámos em Portugal”, conta à NiT o fundador, de 42 anos.
Alex já tinha trocado a sua carreira na área da saúde privada pelo mundo da hotelaria, onde foi ganhando alguma experiência. E, se a ideia inicial passava por Lisboa, a especulação imobiliária na capital trouxe-os até Faro, dois anos após os pais também se mudarem para o distrito.
“Nunca gostei do Algarve turístico, como Vilamoura ou Albufeira”, acrescenta. Acabou por encontrar um espaço na aldeia de Santa Bárbara de Nexe, em 2019. O projeto demorou a concretizar devido “aos atrasos da pandemia, licenciamentos e obras de construção” — mas também “não havia pressa”.
Um refúgio longe da rotina
Inaugurada em julho, a Âmago é uma guesthouse moderna com cerca de 600 metros quadrados. Inclui 6 quartos, cada um com capacidade para duas pessoas, ou seja, pode receber até 12 visitantes. Descrita como uma slow house, foi pensada como um local onde os hóspedes podem realmente “desligar da vida quotidiana e descobrir a verdadeira essência do sotavento algarvio” e tem pequeno-almoço incluído.
O conceito é simples: proporcionar uma estadia durante a qual as pessoas têm tempo para se divertirem nos restaurantes, bares e outras atrações locais. Localizada no campo, mas a uma curta distância de carro do aeroporto de Faro, e das localidades de Loulé ou Olhão. “Ao mesmo tempo, parece que estamos nos arredores de uma cidade”, diz.
A ideia para a decoração era clara desde o início. Alex e Elizabeth queriam tons neutros e móveis que combinassem o antigo e o moderno. Trabalharam em conjunto com uma designer de interiores para escolher várias peças vintage e contemporâneas que não destoassem da paleta de cores que haviam escolhido.
Este refúgio conta ainda com uma piscina e uma zona de terraço, com vários lugares onde os hóspedes podem relaxar nos dias mais quentes. As árvores e plantas altas e exuberantes do jardim estão dispostas à frente desta zona de lazer.
Antes de ser uma guesthouse, o edifício foi construído como um centro equestre, por volta de 1900. Funcionou durante 40 anos antes de ter sido deixado ao abandono. Por isso, ainda existem marcas nas paredes exteriores de onde se treinavam os cavalos e os antigos suportes em pedra esculpida para as rédeas dos animais ainda podem ser vistos nas paredes.
O casal ficou imediatamente seduzido pela história e pela estrutura da construção. No entanto, ficaram ainda mais convencidos por existir uma casa mais pequena que lhes permitia viver na propriedade, que fica mesmo ao lado do aeroporto de Faro. Sobre o nome, explicam, escolheram uma “palavra portuguesa antiga” que representa a essência. Para eles, “âmago” representa o desejo de se tornarem o coração de um “Algarve autêntico”.
Se quiser passar uma noite a dois nesta novidade, os preços em época baixa variam entre os 81€ por noite (quarto pequeno) e os 117€ (quarto grande). Em época alta, os valores podem chegar aos 230€. Os quartos podem ser reservados no site do Booking.
A seguir, carregue na galeria para ver mais imagens da Âmago, a nova guesthouse perfeita para fugir da rotina.