O cabo da GNR António Costa, mais conhecido como o serial killer de Santa Comba Dão, que foi condenado, em 2007, a pena máxima pelo assassinato de três raparigas jovens com as próprias mãos e desfazer-se dos corpos; o sargento José Santos, que matou um suspeito com um tiro na cabeça e decapitou-o; o cabo Sérgio Casca, que assassinou a tiro dois colegas da GNR — todos foram reclusos do Estabelecimento Prisional de Santarém. O edifício, que foi deixado ao abandono e se encontra degradado, terá uma nova finalidade em breve.
A cadeia dos polícias, como era popularmente conhecida — já que era ali que os elementos das forças policiais condenados por crimes cumpriam as penas — vai ser convertido numa residência para estudantes, com capacidade para 204 camas. Trata-se de um imóvel construído no século XIX, situado no centro de Santarém, com uma área de aproximadamente sete mil metros quadrados e que está ao abandono desde 2009.
Recentemente adquirido pela ESTAMO – Participações Imobiliárias, SA., será então reabilitado e transformado. O projeto de arquitetura é assinado pela TUU – Building Design Management, que considera a iniciativa “muito desafiante”, pela manutenção da identidade única deste edifício, “que deverá ser mantida”.
O contrato do projeto RESA (Residências Estamo de Santarém) foi, segundo a empresa, assinado no final do ano passado, em concreto no dia 29 de dezembro de 2022. Conta com financiamento garantido do Plano de Recuperação e Resiliência (no âmbito do Plano Nacional para o Alojamento no Ensino Superior), no valor de 6,7 milhões de euros.
Para Hugo Tocha de Carvalho, fundador da TUU e diretor do departamento de arquitetura da empresa, trata-se de um projeto desafiante a todos os níveis. “Temos o compromisso de nos envolvermos neste trabalho com toda a dedicação por forma a conseguirmos criar uma atmosfera positiva num edifício que albergou tantas histórias de vida difíceis e onde se sente uma carga bastante negativa. Este é talvez o maior desafio de todos”, explica em comunicado, citado pelo “Idealista”.
O projeto de reabilitação e reconversão do edifício já arrancou e deverá ficar concluído no verão de 2025.