Mais de 10 mil voluntários já se inscreveram na Jornada Mundial da Juventude (JMS). Mais de 400 mil jovens do mundo inteiro manifestaram interesse em participar. O evento que foi apelidado como “o maior negócio de sempre da Igreja” tem estado envolvido em polémica, mas nem isso impede que sejam esperados milhares de visitantes.
Os números foram avançados nesta quarta-feira, 1 de fevereiro, por Américo Aguiar, bispo auxiliar de Lisboa, coordenador da Igreja Católica para a JMJ quando, em entrevista para a RTP3, notou que já estão inscritos jovens de 183 nacionalidades. 20 mil pagaram até a inscrição.
O presidente da Fundação da JMJ explicou que a JMJ é um evento para todo os jovens e religiões (ou sem religião) pelo que estão a ser preparados eventos nomeadamente sobre diálogo religioso. Na mesma conversa, acrescentou que vão ser montados mais de 50 palcos em vários locais de Lisboa.
Recorde-se que os custos da JMJ têm estado em destaque depois de ser conhecido que a construção do altar-palco do espaço do Parque Tejo (com nove metros de altura e capacidade para duas mil pessoas), a cargo do município da capital, foi adjudicada à Mota-Engil por 4,24 milhões de euros (mais IVA), somando-se a esse valor 1,06 milhões de euros para as fundações indiretas da cobertura.
Ao longo da entrevista, o Bispo assegurou que nesta quinta-feira, numa reunião que junta todos os intervenientes no processo, vão perceber se é possível fazer cortes no orçamento. Além desta estrutura está prevista uma outra no Parque Eduardo VII, em Lisboa, com um custo até dois milhões de euros. O coordenador disse que também esse empreendimento está a ser estudado e que se está a trabalhar para que seja “o mais minimalista possível”.
A JMJ tem um custo de quase 160 milhões de euros mas o bispo auxiliar disse na entrevista acreditar que esse valor não vai ser atingido. O orçamento da Fundação da JMJ ronda os 80 milhões de euros, 30 milhões deles para alimentação, explicou.
A Jornada Mundial da Juventude, considerada o maior acontecimento da Igreja Católica, vai realizar-se este ano em Lisboa, entre 1 e 6 de agosto, sendo esperadas cerca de 1,5 milhões de pessoas. As principais cerimónias da jornada decorrem no Parque Tejo, a norte do Parque das Nações, na margem ribeirinha do Tejo, em terrenos dos concelhos de Lisboa e Loures.
Lisboa pretendia receber pela primeira vez a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) em 2022, mas devido à pandemia o maior evento juvenil católico do mundo foi adiado para 2023. A capital portuguesa irá receber este ano grupos de jovens de todo o planeta, além de contar com a presença do Papa Francisco, que também esteve na última jornada — que se realizou no Panamá em 2019.
Sobre a visita do Papa Francisco, Américo Aguiar explicou que a chegada “ainda não está fechada”. Prevê-se que chegue na quarta-feira, dia 2 de agosto, mas segundo o responsável poderá chegar antes. O Papa participará na missa do dia 6 no Parque Tejo e depois encontra-se com os voluntários no Passeio Marítimo de Algés.
No dia anterior, dia 5, participa também na vigília no Parque Tejo, onde os jovens vão dormir, e na sexta-feira, dia 4, também deverá estar na “Via Sacra”, que deverá acontecer no Parque Eduardo VII, onde é recebido na quinta-feira, dia 3 de agosto.”Ele vai ter a sua agenda” que “só vamos saber mais em cima”, afirmou.
Américo Aguiar disse ainda que os jovens, que podem ser mais de um milhão, vão ficar alojados junto de famílias (que se podem inscrever para receber os jovens por exemplo nas paróquias ou na página da JMJ) mas também em locais coletivos, como pavilhões desportivos, escolas ou instalações militares.
Aproveite para ler o artigo e descobrir qual o valor que os voluntários terão de pagar para trabalhar no evento.
