Na cidade

Após eleição de Trump, muitos norte-americanos pensam fugir para Portugal

"Este país tornou-se intolerante", disse David, um advogado de 65 anos. Está à procura de casa na costa entre Porto e Lisboa.
Estão em pânico.

A possibilidade de emigrar para Portugal tem ganho popularidade entre os norte-americanos, especialmente após a eleição de Donald Trump. A procura por informação sobre o nosso País no Google tem aumentado, com muitos a considerar o país como um destino atrativo para uma nova vida.

Portugal está na lista elaborada pela revista “Fortune” das melhores opções para quem procura emigrar, destacando-o como um dos “destinos mais fáceis”. O artigo menciona o visto D7, disponível para cidadãos com rendimentos passivos provenientes do estrangeiro, e o “visto gold”, atribuído a investidores que se estabelecem no nosso País. 

Os números corroboram esta tendência. Portugal recebeu mais de um milhão de turistas norte-americanos entre janeiro e junho deste ano, um aumento de 15 por cento em relação ao período homólogo. O “Relatório de Migração e Asilo” de 2023 também aponta para um crescimento significativo da comunidade norte-americana em território nacional, com mais de 14 mil residentes, um aumento de 44,2 por cento em comparação com 2022.

David (nome fictício), de 65 anos, é um exemplo desta crescente onda de emigração. Com um orçamento de 500 mil dólares, o advogado de Chicago viajou para Portugal em abril, na esperança de encontrar uma nova casa numa localidade costeira, entre Lisboa e Porto. Em entrevista à “Fortune”, David expressou a sua preocupação com a crescente violência e a polarização nos EUA, descrevendo o clima político como “tóxico”. 

“Este país tornou-se intolerante”, lamentou David, neto de quatro imigrantes. “Os americanos sempre viram como vilãs as pessoas que não são como eles. Vemos fotografias de pessoas a sul da fronteira e percebemos que são apenas isso: pessoas. No entanto, ambos os lados usam-nas por motivos políticos. É triste.”

David e Sarah, a mulher, também se sentem inseguros devido à falta de legislação sobre a posse de armas nos EUA. “Há 15 anos disse-lhe que estava em paz com o facto de poder ser morto a tiro a qualquer momento nos EUA”, recorda David, que agora mudou de opinião.

O aumento do interesse de norte-americanos em Portugal parece ser impulsionado por um conjunto de fatores, desde a instabilidade política nos EUA à procura por um estilo de vida mais tranquilo e seguro. A possibilidade de obter vistos como o D7 e o “gold” também contribui para a atratividade do nosso País. 

 

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