O nome do rio — Cabrão — pode não ser o mais simpático, mas as suas águas dão origem a uma verdadeira obra-prima da natureza: as Cascatas de Bilhó. O cenário é um dos muitos motivos para visitar o Parque Natural do Alvão, o mais pequeno parque natural do País, com uma área de 72 quilómetros quadrados distribuídos pelos municípios de Vila Real e Mondim de Basto.
Com cerca de 10 quilómetros de extensão, o rio Cabrão nasce um pouco acima da aldeia da Bobal, a mais de 1.200 metros de altitude. Graças ao seu declive acentuado, o curso de água despenha-se furiosamente num vale rochoso em direção ao rio Lima, criando diversas levadas e quedas de água, como as do Bilhó.
Alimentadas pelas águas do rio Cabrão, esta sequência de cascatas e respetivas lagoas estende-se monte acima por cerca de 300 metros. A inclinação do terreno levou à formação de inúmeras lagoas e pequenas quedas de água onde, no topo, se encontram antigos moinhos de água, atualmente em ruínas.
Localizada nas imediações da aldeia que lhe dá o nome, esta escadaria natural foi construída ao longo dos tempos pelos acidentes geológicos. O resultado foi um conjunto de pequenas piscinas naturais onde é possível ir a banhos nos dias quentes de verão.
No entanto, mesmo nos dias em que as temperaturas não são tão agradáveis para mergulhos, o cenário é imponente. Afinal, o caudal das cascatas é maior no final do outono ou do inverno, após as primeiras chuvas.
Os mais aventureiros podem tentar subir os vários patamares até chegar ao topo do monte, mas a caminhada não é uma tarefa fácil, uma vez que as rochas podem estar escorregadias. A opção mais segura e fácil é mesmo através da estrada.
Com uma localização privilegiada, o acesso ao conjunto de cascatas e lagoas é bastante fácil, uma vez que está situada mesmo ao lado da estrada EN 312, que liga Cavernelhe a Bilhó, em Mondim de Basto. Em breve, o acesso tornar-se-á ainda mais fácil e apelativo.
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O Ministério do Ambiente anunciou, em 2024, um investimento de meio milhão de euros na valorização das quedas de água do rio Cabrão, com a criação de passadiços, trilhos e colocação de sinalética. Para a ministra do Ambienta e Energia, Maria da Graça Carvalho, as cascatas são “um tesouro natural” que merece ser preservado e valorizado.
“Este projeto permitirá não só a melhoria de condições de visitação, mas também a promoção da biodiversidade e a criação de um espaço de lazer e educação ambiental para a população”, sublinhou. Além da requalificação da zona e da criação de percursos pedestres e passadiços, será instalada sinalética interpretativa e criadas áreas de descanso e plataformas de visitação.
“A execução e concretização deste projeto por parte do município é mais um passo para a concretização da estratégia definida de desenvolvimento do território, valorização do património natural, descentralização dos investimentos e criação de infraestruturas de visitação harmoniosas com a preservação do território”, salienta o presidente da Câmara Municipal de Mondim de Basto, Bruno Ferreira.
A presença de elementos históricos, como pontes, açudes e moinhos de água, acrescentam valor cultural e significativo ao local. A conclusão da intervenção está prevista para meados de 2025. Até lá, pode continuar a aceder ao local através da estrada EN 312.
Além das cascatas, pode aproveitar para conhecer as duas pequenas aldeias da Serra do Alvão que ficam próximas às quedas de água — Pioledo e Bobal — ou as quedas de água das Fisgas de Ermelo, uma das maiores da Península Ibérica, com 400 metros de desnível.
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