À primeira vista, podem parecer bonitas e deixar os banhistas hipnotizados com as cores e brilho que lhe são naturais. No entanto, a presença de caravelas-portuguesas nas praias representa um grande risco para a saúde pública. Por isso, o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) lançou um alerta nesta quinta-feira, 20 de março, devido ao aumento do número de elementos desta espécie nas praias portuguesas.
“A espécie Physalia physalis (caravela-portuguesa) está, de momento, a arrojar nas praias em números pouco habituais. Em alguns casos foram avistados mais de 50 indivíduos numa só praia”, indica o IPMA. A espécie de organismos gelatinosos tem sido avistada desde a praia do Magoito, no concelho de Sintra, até à praia da Terra Estreita, no concelho de Tavira.
Capazes de provocar queimaduras na pele, o aviso é claro: é preciso ter muito cuidado e manter a distância das mesmas. As caravelas-portuguesas, entre as espécies que existem em Portugal, são “as que exigem mais cautela”.
Os tentáculos, que podem chegar aos 30 metros de comprimento, são muito urticantes, pelo que não se deve, em circunstância alguma, tocar-lhes, mesmo quando aparentam estar mortas no areal.
Segundo os especialistas, as caravelas-portuguesas podem dar à costa devido à temperatura mais elevada da água, mudança influenciada pelas alterações climáticas. Uma vez que é a “espécie gelatinosa mais perigosa que ocorre no País”, o IPMA deixa alguns cuidados a adotar em caso de contacto acidental.
A primeira coisa a fazer é lavar a zona afetada cuidadosamente com água do mar, sem esfregar. Deve ainda remover possíveis vestígios da pele com uma pinça, aplicar compressas quentes (40 graus) durante 20 minutos ou vinagre sem diluir. Por fim, dependendo da gravidade da situação, procure um profissional de saúde.
Os avistamentos desta espécie são monitorizados, desde 2016, através do projeto de ciência GelAvista, que desafia os cidadãos a contribuir para o desenvolvimento da ciência através da comunicação de avistamentos das espécies que ocorrem no País.
Assim, se encontrar uma delas no areal ou no mar, basta enviar as informações através da aplicação ou do email plancton@nullipma.pt. Só precisa partilhar o local, data e hora, número estimado de organismos observados e uma fotografia que permita identificar a espécie.