Na cidade

Aviões estão a afetar “fortemente” a qualidade do ar em Lisboa

Um novo estudo alerta para os perigos das partículas ultrafinas, que têm uma maior concentração nas zonas de rotas aéreas.
Vai sempre precisar do aval do Estado.

A qualidade do ar em várias zonas de Lisboa está a ser “fortemente” afetada pelos aviões do Aeroporto Humberto Delgado, diz um estudo divulgado esta terça-feira, 3 de setembro. O problema são as partículas ultrafinas que podem pôr em risco a saúde.

Trata-se de uma investigação de Margarida Lopes publicada na revista científica “Atmospheric Pollution Research”. Foi feita no departamento de Ciências e Engenharia do Ambiente da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa e no Centro de Investigação em Ambiente e Sustentabilidade.

Neste estudo, Margarida Lopes alerta para os perigos das partículas ultrafinas. “São bastantes prejudiciais para os pulmões, mas não só, porque passam para a corrente sanguínea e daí chegam a qualquer parte do corpo”, disse a investigadora à Agência Lusa, citada pelo jornal “Observador”. 

De acordo com as conclusões, as partículas estão associadas aos aviões e afetam as pessoas sobretudo na área do aeroporto de Lisboa. No entanto, há outros locais que são rotas aéreas habituais que também sofrem deste problema, como é o caso do Campo Grande ou das Amoreiras. As partículas ultrafinas são 18 a 26 vezes mais elevadas em áreas onde passam aviões.

Estas partículas — que são 700 vezes mais pequenas do que um fio de cabelo — não são monitorizadas e não têm um valor limite estabelecido por lei. Têm sido associadas a doenças neurológicas e “problemas no desenvolvimento fetal e cognitivo das crianças”.

É um problema mais grave para todos aqueles que trabalham no aeroporto ou junto dele e que estão expostos a elevadas concentrações de partículas ultrafinas.

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