Independentemente do mês, se uma sexta-feira coincidir com o dia 13, isso é sinal de que se aproxima um dia de infortúnio. Essa é a crença predominante entre os supersticiosos. A associação desta coincidência com o azar remonta há tempos imemoriais, e tem sido alimentada por inúmeras teorias.
A origem dessa conotação negativa do número ímpar remonta ao facto de surgir após o 12, amplamente considerado como sinónimo de plenitude e grande simbolismo ao longo da história (por exemplo, os 12 meses do ano, os 12 apóstolos de Jesus, os 12 signos do zodíaco e os 12 deuses do Olimpo). O temor relativamente a esta data intensificou-se durante a Idade Média, especialmente após uma ordem de Felipe IV de França. Perante a ameaça que sentia relativamente ao poder da Igreja, o rei mandou perseguir a Ordem dos Templários no dia 13 de outubro de 1307, uma sexta-feira.
A superstição tem sido reforçada ao longo dos anos pela cultura popular, com a produção de filmes e livros que aproveitam esta data para elaborar narrativas de terror, como exemplificado pelo filme “Sexta-Feira 13”.
Além das produções cinematográficas, essa data gerou diversas festividades, incluindo em Portugal. Montalegre destaca-se como um dos locais que a celebram de forma especial.
À medida que o dia se aproxima, o município prepara-se para a sua famosa noite de bruxas, uma tradição que remonta a 2002. Embora não se trate de uma festa de Halloween, a atmosfera é similar.
Considerado o “maior espetáculo de rua de Portugal”, ocorrerá a 13 de setembro, sendo esta a primeira sexta-feira 13 do ano. Milhares de visitantes deslocar-se-ão à “capital do misticismo” para participar de uma celebração cheia de fogos de artifício, espetáculos, queima das bruxas e a presença de figuras do além e demónios.
Entre as atividades programadas, a tradicional queimada merece destaque. A bebida, composta por aguardente, limão, maçã, canela e açúcar, será preparada pelo padre António Fontes, figura icónica de Montalegre. Este ritual místico é um dos momentos mais esperados da noite.
A programação arranca, como habitualmente, às 13h13, com a abertura de uma feira de comes e bebes, além de animação musical. Uma das bebidas em evidência será a queimada galega, feita à base de aguardente, açúcar, café e um toque de fruta e mel, que antigamente era servida com a crença de que ajudava a aliviar gripes e dores de garganta.
A Tuna Académica da Universidade do Minho subirá ao palco da Praça do Município por volta das 21 horas. Já o muito esperado espetáculo piromusical está marcado para as 23 horas. A festa prolonga-se pela noite dentro, sendo que a partir da meia-noite a animação musical ficará a cargo da Kumpania Algazarra, uma banda folk portuguesa que mistura influências de sonoridades ciganas, árabes e latinas com os ritmos do reggae.
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