Desde a inauguração do novo Centro de Arte Moderna Gulbenkian (CAM) em setembro, já era evidente de que se tratava de um projeto de arquitetura de excelência. Encerrado desde 2020, o edifício foi completamente reimaginado pelo arquiteto japonês Kengo Kuma, em colaboração com o paisagista Vladimir Djurovic, para garantir uma integração harmoniosa entre a nova estrutura e a natureza envolvente.
Agora, o espaço foi eleito como Melhor Edifício do Ano na categoria de arquitetura cultural nos prémios Building of the Year 2025, atribuídos pelo ArchDaily, que todos os anos destacam os melhores projetos na área. Os vencedores da 16.ª edição do maior concurso de arquitetura do mundo foram escolhidos por votação pública e revelados esta quinta-feira, 20 de fevereiro.
Kengo Kuma recriou o edifício original de betão do CAM, inaugurado em 1983 e concebido pelo britânico Leslie Martin. Inspirado no conceito de Engawa — um elemento tradicional da arquitetura japonesa que estabelece uma ligação fluida entre o interior e o exterior —, o projeto pretende reforçar a relação entre o edifício, o jardim e a cidade, explica a Fundação Gulbenkian.
Além de aumentar a transparência para sul, Kengo Kuma acrescentou uma pala com 100 metros de comprimento, coberta por grandes telhas de cerâmica brancas. O átrio transparente permite uma ligação visual entre o novo jardim e o restante espaço da fundação.
“Criámos uma fusão perfeita, onde a arquitetura e o jardim dialogam em harmonia. A ideia de suavidade e transição estende-se ao interior do CAM, onde desenhámos novos espaços, replicando a ligação do edifício ao jardim e à luz exterior”, afirmou o arquiteto.
Após a remodelação, o CAM — que agora tem entrada pelo N.º 2 da Rua Marquês de Fronteira — ganhou cerca de 900 metros quadrados de novas áreas. O espaço alberga a coleção da Gulbenkian de arte moderna e contemporânea portuguesa, bem como obras de artistas internacionais.
Além do CAM, foram nomeados outros quatro edifícios portugueses: o Nave Padel e o Vibra Caffé + Concept Store, ambos no 8 Marvila, o Angra + Hotel Apartments, nos Açores, e o Donavan House, na Comporta.