A Câmara Municipal de Lisboa (CML) apoiou, até ao momento, 75 famílias no âmbito do programa criado para ajudar os cidadãos afetados pelas cheias. Entre os dias 7 e 14 de dezembro muitas zonas dos municípios da Amadora, Almada, Cascais, Lisboa, Loures, Mafra, Odivelas, Oeiras, Seixal, Sintra e Vila Franca de Xira ficaram inundadas.
Após a realização de 39 visitas técnicas por parte de profissionais da Cruz Vermelha Portuguesa (CVP) e da Cáritas Diocesana de Lisboa (CDL), entidades parceiras da CML no programa Recuperar+ Famílias, foram distribuídos cerca de 100 mil euros.
Este apoio, aprovado a 21 de dezembro do ano passado, destina-se “a proprietários, arrendatários, usufrutuários ou comodatários de fogos habitacionais afetados pelas condições meteorológicas adversas e extremas que atingiram Lisboa nos últimos dias de 2022”. Os candidatos elegíveis irão receber mil euros (ou dois mil euros, nos casos em que o agregado familiar inclua menores de 18 anos ou maiores de 65).
Segundo o relatório do executivo camarário divulgado a 22 de março, deram entrada na CML 173 pedidos de ajuda. No total foram aprovados 75, sendo 56 considerados não elegíveis. Outros dez foram avaliados como “muito avultados”. Ou seja, o valor para repor a habitabilidade era superior ao estabelecido no programa. Neste momento estão em análise outros 42 processos, uma das razões que levou a autarquia a estender o programa por mais um mês — até ao dia 30 de abril.
A 14 de dezembro de 2022, o presidente da CML, Carlos Moedas, estimou que o montante total dos prejuízos causados pela chuva em atividades económicas, comércio e serviços e habitações privadas ascendia a 15 milhões de euros. Já os prejuízos em equipamentos e infraestruturas públicas da cidade atingiam os 34 milhões de euros.
O apoio disponibilizado pelo município às empresas ronda atualmente 50 mil euros. No início do mês passado, os comerciantes da zona de Alcântara, uma das mais afetadas, queixavam-se de que as verbas da autarquia demoravam a chegar. No fundo, diziam estarem a debater-se com a “burocracia extrema” e condições de acesso que têm dificultado o processo.