Após vários dias consecutivos com temperaturas elevadas, vem aí aquele que pode ser o episódio de chuva mais significativo deste ano. Desde domingo, 15 de setembro, as regiões do norte e centro do País enfrentam uma severa vaga de incêndios florestais, levando o governo a declarar situação de calamidade nos municípios atingidos.
A mudança nas condições meteorológicas acontecerá já na quarta-feira, 18 de setembro, com a aproximação de uma massa de ar frio associada a uma depressão isolada em altura e à tempestade Boris, que está a causar impactos em diversos países da Europa Central e de Leste, prevê a “Meteored”.
A chegada dessa depressão irá provocar uma descida generalizada das temperaturas, especialmente nas regiões centro e sul do país. No entanto, no norte, as temperaturas máximas deverão registar um ligeiro aumento, variando entre 25 e 32 graus.
A alteração climática mais significativa será sentida na madrugada de quinta-feira, 19 de setembro, com a previsão de precipitação, acompanhada de trovoadas, que afetará grande parte do território continental. A chuva iniciará no centro e sul do país, incluindo Castelo Branco e o Sotavento Algarvio, avançando gradualmente para o norte e interior.
Além da precipitação, a depressão isolada também resultará numa mudança no padrão do vento e no aumento da humidade do ar, fatores essenciais para a redução do risco de incêndios. A instabilidade atmosférica deverá prolongar-se até ao final da semana, com dias de chuva e trovoadas previstos até domingo, 22 de setembro, particularmente nas regiões do norte e centro, aquelas que mais têm sofrido com os incêndios.
As consequências dos incêndios vão além das áreas ardidas. A combustão contínua gera nuvens de cinzas que se dispersam por muitos quilómetros. As autoridades recomendam evitar atividades ao ar livre e manter as casas bem seladas, com portas e janelas fechadas.
“A região norte apresenta um risco extremo de incêndio, o que pode provocar um aumento na concentração de partículas no ar. Neste cenário, especialmente grave nos distritos de Braga, Porto e Aveiro, estima-se que o fumo dos incêndios possa elevar a concentração de partículas PM10 e PM2.5”, adverte a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte, alinhada com as orientações da Proteção Civil nestas situações.
As autoridades solicitam ainda que pessoas com doenças crónicas, idosos e miúdos se resguardem em casa, mantendo portas e janelas fechadas. Se a saída for indispensável, recomenda-se o uso de máscaras e respiradores N95. Além disso, é importante evitar o uso de fontes de combustão dentro das residências.