Um grupo de ex-alunos da Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto, que se auto intitulam de Coletivo 624, querem que as bicicletas tenham “o seu espaço na cidade” e, para tal, lançaram uma carta aberta à autarquia a par de uma petição. Miguel Van Zeller, Ruben Vasques, Raquel Stattmiller, Patrícia Varão Moreira, Maria Eduarda Filipe e Beatriz Rosendo, são os membros que estão por detrás do Coletivo que exige que a ciclovia da cidade inclua o eixo Rotunda da Boavista—Rotunda da Anémona.
O pedido passa pelo alongamento da ciclovia existente em parte da avenida até à rotunda da Boavista, utilizando para isso as novas vias recém-finalizadas e dedicadas em exclusivo ao Metrobus. Ao contrário de outras cidades, refere o coletivo, o Porto não está a investir devidamente na promoção das ciclovias que, afirmam, é uma forma de “melhorar a região em quase todos os aspetos”. Como exemplo nomeiam os indicadores económicos, de saúde, bem-estar ou congestionamento do trânsito.
“Não se vê um plano com estrutura. É tudo pouco transparente”, revelou um dos membros coletivo ao “Público”, fazendo referência ao Plano de Mobilidade Urbana Sustentável da Câmara Municipal do Porto (CMP), que ainda não tem data de apresentação.
Para promover o uso da bicicleta e proteger quem o faz diariamente, o Coletivo 624 escreveu uma carta onde sublinha que a ciclovia, anteriormente defendida por urbanistas e utilizadores da Avenida Marechal Gomes da Costa, não foi concretizada. As obras na zona foram feitas para integrar o canal de Metrobus, as duas vias de carros em cada sentido foram mantidas, mas não há sinal da estrada para bicicletas. O projeto, como entende o grupo de arquitetos, “representa simultaneamente uma evolução (ao garantir via dedicada para os autocarros do metrobus) e um retrocesso (excluindo a ciclovia e estreitando passeios)”.
Do que estava previsto falta ainda concluir a ligação entre a Marechal e a rotunda da Anémona, em Matosinhos, onde está prevista a instalação de uma via ciclável. Porém, como denúncia o Coletivo, continuará a faltar a ligação ao centro da cidade. Mas, realça que “ainda se vai a tempo de redesenhar este eixo”.