O bom tempo, o mar a uma curta viagem de carro, a segurança e a qualidade de vida tornam o sul da Europa numa das zonas mais requisitadas do velho continente. No entanto, nem tudo é positivo. Comprar casa em países como Itália e Espanha está cada vez mais cara. Portugal não é exceção.
Segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), citado pelo “Público”, em 2022 o índice dos preços da habitação subiu 12,6 por cento. Este é o maior crescimento desde que o INE começou com esta série estatística, em 2009. Este não foi, contudo, o único recorde batido no setor imobiliário o ano passado.
No total, foram transacionadas 167.900 casas em Portugal durante 2022, o número mais elevado de que há registo e que representa, simultaneamente, uma subida de 1,3 por cento face ao ano anterior. As vendas ascenderam a mais de 31.783 milhões de euros (outro recorde) e mostram um crescimento de 13 por cento em relação a 2021.
Na Área Metropolitana de Lisboa e no Norte foram vendidas mais de 58 por cento do número total de casas comercializadas em Portugal e cerca de 65 por cento do montante transacionado a nível nacional. Na AML venderam-se 50.218 casas, enquanto que na região Norte foram vendidas 47.303. Corresponderam a 13.265 e 7.377 milhões de euros, respetivamente.
Não é apenas o INE que afirma que o preço da habitação aumentou consideravelmente em Portugal. Um novo estudo do “Idealista” mostra que há uma cidade que se destaca: a capital. O site revela que comprar casa em Lisboa já é mais caro do que em Milão (em Itália) ou Madrid (em Espanha).
A análise avaliou os preços em seis cidades do sul da Europa: Lisboa, Porto, Milão, Madrid, Barcelona e Roma. De acordo com as conclusões, as capitais de Portugal e Espanha atingiram máximos históricos em fevereiro deste ano. No nosso país, o custo era, em termos medianos, 5.178€ por metro quadrado, enquanto que na cidade do país vizinho os preços chegavam aos 3.995€ por metro quadrado.
Também Milão e Porto atingiram o pico dos valores em 2023, embora tenha sido em janeiro. Na cidade nortenha, os preços chegaram aos 3.276€ por mês, enquanto que na localidade italiana o metro quadrado atingiu o valor recorde de 4.971€.
Após este estudo, não há margens para dúvidas: Lisboa é mesmo a cidade do sul da Europa onde é mais caro comprar casa. Além disso, foi o único destino dos seis analisados a superar a fasquia dos cinco mil euros por metro quadrado. Logo a seguir está Milão, com 4.953€ por metro quadrado, seguindo-se Barcelona (4.059€ por metro quadrado). O top seis é fechado por Madrid (3.995€ por metro quadrado), Porto (3.273€ por metro quadrado) e Roma (2.995€ por metro quadrado).
A subida dos valores nestas seis cidades aconteceu a ritmos bastante diferentes. As subidas mais acentuadas registaram-se no Porto (6,9 por cento), Milão (6,5 por cento) e Madrid (6,1 por cento). De seguida estão Barcelona (3,3 por cento), Lisboa (2,3 por cento) e Roma, com um aumento ligeiro de 0,2 por cento.
O estudo do “Idealista” aponta ainda que os valores cada vez mais elevados refletem a redução da oferta. No Porto e Lisboa esta diminui em 38 e 31 por cento, respetivamente, no último trimestre de 2022 face ao mesmo período do ano anterior. Roma reduziu a oferta de casas em 13 por cento, seguindo-se Milão (oito por cento), Barcelona (seis por cento) e Madrid (dois por cento).