Em agosto é quase impossível fazer planos que não incluam uma ida à praia ou piscina para conseguir aguentar o calor tórrido que se faz sentir nesta época do ano. Toda a cidade (e o País) fica contagiada com a alegria típica do verão, mas a agenda cultural de Lisboa continua a oferecer outras propostas além de ir a banhos — e muitas delas gratuitas.
Nos Jardins do Arco do Cego, por exemplo, agosto é sinónimo de jazz. Como já se tornou habitual, o Avenidas Hot Jazz trará uma série de concertos imperdíveis. O novo ciclo tem início neste sábado, 10 de agosto, com as atuações de Alice San Payo no contrabaixo, Vasco Pereira no saxofone, Francisco Carrapa na guitarra, Manuel Gomes no piano e Gonçalo Nunes na bateria.
“Este é um grupo de jovens músicos que explora um repertório eclético que inclui não só alguns clássicos do jazz, mas também música de compositores mais recentes ligados a este estilo musical como Seamus Blake. São músicos curiosos, sem pudor em explorar outros universos próximos do jazz, vamos, pois, poder escutar também temas de compositores como Hermeto Pascoal”, descreve a organização.
Este ciclo de concertos é fruto de uma colaboração entre o Hot Club de Portugal — uma associação sem fins lucrativos, fundada por Luiz Villas-Boas em 1948, com o objetivo de promover e divulgar o jazz em Portugal — e o Pelouro da Cultura da Junta de Freguesia das Avenidas Novas.
Outra sugestão gratuita para este fim de semana é o novo espetáculo do Casino Lisboa, que estreou no início de agosto. “Road Trip” promete uma viagem eclética por diversos estilos musicais e artistas icónicos. Com dança, teatro e novo circo, uma equipa de acrobatas, cantores e bailarinos conduz o público por paisagens sonoras e visuais deslumbrantes.
Para quem prefere um programa mais calmo, uma excelente opção é assistir às sessões de cinema no terraço do Teatro Capitólio, que marca o regresso da iniciativa Cinema no Verão. Embora seja um evento habitual nesta época do ano, será a primeira vez, desde 1963, que um filme é projetado naquele rooftop.
O presidente da Freguesia de Santo António, Vasco Morgado, afirmou que é “com muito prazer e orgulho” que vê “o cinema retornar a um espaço emblemático do Parque Mayer”, elogiando as condições do terraço do Capitólio para este tipo de atividade.
“Queremos recriar a atmosfera das sessões de cinema da década de 60, onde ir ao cinema era uma verdadeira festa em família”, acrescentou. “O espaço era, de facto, chamado Jardim Cinema por essa razão.”
Confira abaixo as sugestões gratuitas da NiT para este fim de semana.
Sábado, 10 de agosto
Visita guiada ao Jardim da Estrela
A atividade, organizada pela Casa do Jardim da Estrela – Um Teatro em Cada Bairro, propõe uma abordagem disruptiva à história do Jardim da Estrela, falando do que se sabe, mas sobretudo do que não se conhece: as alterações que sofreu, a dança das estátuas, a história dos portões, os segredos do coreto, os poemas que inspirou.
Cinema no Verão
Durante o mês de agosto, o terraço do Capitólio transforma-se numa sala de cinema com o programa Cinema no Verão, uma iniciativa da Junta de Freguesia de Santo António. No sábado, o filme exibido será “Cocoon”, de Ron Howard.
Visitas Cantadas
A iniciativa regressa aos bairros históricos de Lisboa. Todas as sextas, sábados e domingos de julho e agosto, há um novo percurso com Fado ao vivo pelas ruas de Alfama, do Castelo ou da Mouraria, com início sempre às 16 horas no Museu do Fado. Este sábado, Maria Jôjô vai encher Alfama de música.
Avenidas Hot Jazz
No verão, os Jardins do Arco do Cego são sinónimo de jazz. Tal como é habitual, o Avenidas Hot Jazz traz concertos imperdíveis até Lisboa e o novo ciclo arranca já este sábado, 10 de agosto. Os protagonistas deste primeiro dia serão Alice San Payo no contrabaixo, Vasco Pereira no saxofone, Francisco Carrapa na guitarra, Manuel Gomes no piano e Gonçalo Nunes na bateria.
Espetáculo “Road Trip” no Casino Lisboa
O Casino Lisboa estreou, no início de agosto, o“Road Trip”, um espetáculo eclético que viaja pelos mais variados estilos musicais e artistas icónicos no Arena Lounge. Através da dança, teatro e novo circo, um conjunto de acrobatas, cantores e bailarinos conduzem o público por paisagens sonoras e visuais deslumbrantes.
Exposição “Monopolis”
É a primeira exposição individual de Ana Aragão na Galeria Underdogs, após expor recentemente em Londres e Tóquio, bem como no Museu do Oriente e na Casa da Arquitetura. Baseada no jogo de tabuleiro, feito de regras e disputas de poder, revela-se numa parede monumental, forrada com desenhos de cidades por construir: um manifesto para reclamar o espaço da imaginação.
Exposição de Ricardo Milne
Nesta espécie de retrospetiva, Ricardo Milne revisita vários momentos do seu percurso artístico nos domínios da cerâmica e da Toy Art. Na Apaixonarte o artista abre a porta para um mundo paralelo habitado por inflamas e divertidas criaturas, onde qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência.
Domingo, 11 de agosto
Cinema no Museu do Oriente
Até setembro, o Museu do Oriente apresenta um programa integral das obras de uma realizadora pioneira no cinema japonês: Tanaka. Desta vez, o filme escolhido é “Para Sempre Mulher”, de 1955.
Pátio da Água
Até 1 de outubro, o Pátio da Água, uma iniciativa da EPAL realizada em parceria com a Câmara Municipal de Lisboa e a Lisboa E-Nova, vai marcar presença nos portões do número 14 da Avenida da Liberdade.
Considerado um dos eventos mais aguardados nos meses de verão na baixa lisboeta, o Pátio da Água regressa com um conjunto de ações inovadoras, que vão desde workshops de tingimento natural de tecidos, ao poder medicinal da água. Ao longo dos meses haverá ainda showcookings com chefs conhecidos, como Fábio Bernardino, bem como momentos musicais com concertos e DJs.
Feira d’Ávila
O Mercado de Santa Clara vai receber este fim de semana mais uma edição da Feira d’Ávila. Por lá vai encontrar dezenas de marcas de comida, moda, obras de arte e design.
Exposição “Poéticas Revolucionárias”
A exposição de Manuela Pimentel, no Museu Nacional do Azulejo, presta homenagem aos poetas portugueses em tempos de comemoração do 25 de abril, nomeadamente a José Mário Branco, músico e poeta revolucionário.
A mostra apresenta cerca de 20 obras, algumas delas nunca exibidas, que se manifestam em composições de pintura instalada. Através desses trabalhos, Manuela Pimentel redefine o papel do azulejo como um objeto sagrado, associado à memória coletiva da comunidade local.