Conduzir na neve deve ser um pesadelo. Arranjar correntes, colocá-las no pneu e preparar tudo para uma aventura é um problema logístico capaz de fazer muitos desistirem da ideia. E em Portugal, o cenário é tão raro que poucos são os que se sentem preparados para enfrentar essa tarefa. Também por isso, quando chegou o convite para conduzir na Suécia, mais propriamente no limite do Círculo Polar, o pânico instalou-se por um segundo.
Um nervosismo que rapidamente se acalmou com um pouco de lógica. Afinal, todas as experiências que tive ao volante de um Volvo foram seguras — e sabia que nem a neve sueca iria ser um problema para o Volvo EX90.
O carro estava à espera assim que aterrei no aeroporto de Luleä, no norte do país. Este é o maior que alguma vez conduzi — um SUV 100 por cento elétrico de sete lugares (com mais de cinco metros de comprimento) e uma bagageira na qual é possível dormir uma sesta confortavelmente. Só que pela frente, antevia-se um manto branco de neve de ar ameaçador.
Com a app no smartphone, destranquei o carro à distância. O design mantém-se na linha do que a marca nos habituou — mesmo num carro de grandes dimensões, assegura linhas modernas e suaves. Algo que pode agradar a famílias numerosas que não querem conduzir “aquele” estilo de carrinha pouco atraente. E ainda permite levar miúdos, avós e animais de estimação numas férias sem comprometer a essência do nosso estilo.
Mas a condução, esse é que era o verdadeiro desafio. E nem os largos centímetros de neve, nem as temperaturas de 20 graus negativos foram um problema. O conforto dos bancos é algo difícil de descrever, ainda para mais com a possibilidade de tanto o condutor como o passageiro poderem gerir o aquecimento do seu próprio banco.
Na estrada, o Volvo EX90 comporta-se como seria de esperar, sobretudo na perigosa neve. Não há qualquer sensação de perda de controlo ou deslize. Aliás, a sensação é a de que estávamos a conduzir numa estrada de alcatrão perfeitamente limpa. O maior desafio? Conseguir manter os olhos na estrada, sem me distrair a ver as paisagens incríveis cobertas de branco.
A experiência mais radical estava guardada para o dia seguinte: conduzir o Volvo EX90 sobre um lago gelado. Mais: disseram-nos para fazermos aquilo com que muitos sonham, mas não podem: fazer drifts e piões numa pista improvisada sobre o gelo.
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Com a condução no modo One Pedal ligado — modo em que só usamos o acelerador e basta soltá-lo para o carro travar sozinho —, a técnica foi-nos explicada por um condutor profissional. É preciso virar o volante com antecedência relativamente às curvas, começar a soltar o pedal e virar mais vincadamente o volante no momento certo. Quando o carro começar a deslizar demais, carregar no acelerador para avançarmos. A teoria é mais fácil do que a prática e foram precisas algumas tentativas — e umas voltas com o piloto ao volante — para acreditar na minha capacidade.
Com um profissional a conduzir, a adrenalina foi ao limite e à primeira curva apertada em que o carro deslizou, ouviu-se um grito. Meu, pois claro. E não foi do susto da manobra. A segurança do Volvo é tal que o cinto de segurança não nos agarra como os outros. Ao invés do impacto a que estamos habituados, os cintos antecipam-se à folga e, de forma automática, puxam-nos para o banco para uma posição mais direita assim que sentem uma “perda de controlo”.
“E não faz mal se bateres num banco de neve” foi a último conselho dado pelo piloto, antes de dar o ok para entrar na pista. Era tudo o que precisava de ouvir para me libertar e conseguir fazer o meu primeiro drift. Algures pelo caminho, senti liberdade a mais e a minha traseira chegou a parar a apenas um metro de uma barreira feita de neve. Atingi o meu limite entre diversão e segurança aí. Já outros não podem dizer o mesmo e chegaram mesmo a esbarrar na neve.
Os ecrãs de sonho e um som para uma festa dentro de portas
Se vivemos o dia agarrados ao smartphone, é natural que esperemos a mesma facilidade de uso quando entramos num carro — e os painéis centrais da Volvo são praticamente um tablet. Tem informação centralizada, é fácil de navegar, super prático para manusear durante a condução, além de ter um mapa de navegação bem visível. No entanto, o que senti com a condução do Volvo EX30 noutras experiências era que por vezes desviava demasiado o olhar da estrada para ver o mapa. No EX90 isso não acontece.
Este modelo conta com um painel na zona à frente do volante, no qual é possível alternar entre três modos. Ou seja, é possível ver ali apenas as informações essenciais, como autonomia do carro — que faz até 618 quilómetros — ou velocidade, mas também podemos ter o modo de navegação, que oferece uma ótima visualização do mapa com as direções de GPS numa zona mais visível para quem está a conduzir.
Além dos ecrãs, algo que também nos divertiu muito na viagem foi o sistema de som Premium Sound. Os baixos e a envolvência que oferecem levaram-nos a sentir o calor da Costa Rica em pleno ambiente do ártico com o mais recente álbum do Bad Bunny.
Assim, entre o gelo do exterior e o aconchego do interior do EX90, esta foi uma experiência única — e fica a nota de que pelo norte da Suécia, a experiência de conduzir numa Ice Track é algo que qualquer turista pode fazer.
O Volvo EX90 está já à venda em Portugal, a partir dos 88.201€, preço com IVA. Há três versões, com diferentes equipamentos incluídos, mas para empresas e em campanha, é possível ter um EX90 abaixo da barreira fiscal de 62.500€ +IVA. De destacar ainda, na opção Ultra, a câmara 360º com vista 3D, que permite (quase de forma mágica) termos uma visão exterior do carro. Algo que parece saído de um filme futurista.
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