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Debates à parte, a hora ainda continua a mudar — e tem de o fazer já este domingo
Hora de inverno chega na madrugada de dia 28. Portugal quer continuar a mudar os relógios no inverno e verão mas, para o ano, no resto da Europa, deverá haver novidades.

Relógios vão atrasar uma hora.
Não se esqueça, nem se confunda com tantos debates (obviamente importantes), notícias e informações sobre o futuro da mudança da hora na Europa. Seja o que for que o futuro reserve a Portugal — e que, neste momento, tudo até indica que seja a manutenção do que sempre se lembra de fazer — a hora por enquanto continua a mudar, e é já na madrugada do próximo domingo, dia 28 de outubro.
Este fim de semana, a hora legal em Portugal passa assim do regime de verão para o regime de inverno. Em Portugal Continental e na Região Autónoma da Madeira, às duas horas da manhã tem de atrasar o relógio de 60 minutos, passando para a uma hora da manhã. Na Região Autónoma dos Açores, à uma hora da manhã, muda para a meia noite de domingo.
Já sabe que tem de andar a correr todos os alarmes e relógios da parede de sua casa e do carro — os de smarpthone normalmente atualizam-se sozinhos, mas convém confirmar para não se atrasar na segunda-feira (não seria a primeira vez).
A mudança da hora foi adoptada pela primeira vez a 30 de abril de 1916, em plena Primeira Guerra Mundial. O objetivo era tentar minimizar o uso de iluminação artificial, e assim contribuir para economizar combustível, para o esforço de guerra. A partir daí, e com exceção de cinco anos nas décadas de 20 e 30 (1922, 1923, 1925, 1930 e 1933), Portugal tem sempre o horário de verão e de inverno.
O ano de todas as decisões
Mas no próximo ano tudo poderá estar diferente, e levantou-se a possibilidade de o adiantar de hora da primavera de 2019 ser a última vez que mexeria no relógio. Ou então o do próximo outono ser mesmo a última vez. Ou nada ficar diferente, e continuar a adiantar e atrasar os relógios duas vezes por ano o que, pela vontade e indicação do governo português, é mesmo o que vai acontecer no nosso País.
A NiT explica: se as regras na União Europeia mudarem como muitos, incluindo o presidente da Comissão Europeia, defendem, a última mudança obrigatória para a hora de verão nos estados membros acontece no domingo, 31 de março de 2019.
Isto porque os países terão até abril desse ano para escolher um horário e informar Bruxelas da sua decisão. Ou seja: se a medida avançar (ainda tem de ser aprovada pelo Parlamento Europeu), cada país escolhe se quer implementar permanentemente o horário de inverno ou o de verão, ou ainda deixar tudo como está. Os países que escolherem a hora de verão permanente, mudam pela última vez os relógios em março de 2019 e assim, fica para sempre; os que escolherem a de inverno ainda fazem mais uma mudança, em outubro de 2019 quando atrasam os relógios, e assim fica.
Mas ainda há muita coisa em aberto. No passado ano, houve um intenso debate sobre se estas mudanças fariam sentido no contexto europeu, onde países como a Rússia, a Turquia e a Islândia já aboliram a prática.
Em fevereiro, a Comissão Europeia agarrou no tema e invocou que o debate tinha de ser feito, com base num estudo que levantava dúvidas sobre se a poupança de energia que motivou decisão não seria já datada ou, sobretudo, se não haveria efeitos negativos para a saúde na mudança da hora.
No verão, a Comissão decidiu passar a decisão para os cidadãos e lançar um inquérito aos europeus sobre o assunto. E a grande maioria dos cidadãos respondeu que era a favor de acabar com a mudança da hora: mais de 80%, entre os cinco milhões que votaram.
Na sequência desse resultado, Bruxelas anunciou que vai mesmo propor acabar com a mudança da hora, no próximo ano. E que, caso a medida seja aprovada, deixa o poder de decisão a cada país — a medida não é vinculativa — mas vai avisando que as alterações deverão ser feitas de forma o mais coordenada possível, pelo menos entre países vizinhos.
Citada pelo “Público“, a comissária dos Transportes, Violeta Bulc explicou em agosto: “queremos deixar uma coisa muito clara. A União Europeia está a propor a abolição da mudança da hora, mas não está a propor que todos os países adoptem a hora de verão ou de inverno. Essa é uma competência nacional” frisou, admitindo que a decisão dos diferentes estados membros pode resultar no alinhamento de toda a Europa do Norte com o horário de inverno e toda a Europa do Sul com o horário de verão, a avaliar pelas respostas da consulta pública promovida.
No entanto, o primeiro-ministro, António Costa, já avisou que Portugal (que faz parte da Europa do Sul e pelos cálculos de Violeta Bulc ficaria para sempre no horário de verão) não tenciona mesmo acabar com a mudança da hora.
Durante uma entrevista à “TVI24” na segunda-feira, 1 de outubro, o governante invocou um estudo recente do Observatório Astronómico de Lisboa, para frisar que Portugal deve manter este regime bi-horário, com uma hora de verão e uma hora de inverno.
“Não vejo razão para que se contrarie a ciência e se faça algo de forma discricionária”, explicou. No inquérito da Comissão Europeia, dos portugueses que votaram, 79% pediram a aplicação permanente da hora de verão no nosso País.