Na cidade

Do Burgau a Odeceixe: o roteiro ideal para uma das costas mais bonitas do mundo

"Aveleda Acompanha", o projecto que convida a pôr a mochila às costas e a descobrir paisagens e sabores inesquecíveis.
A costa do sudoeste português é conhecida pela sua beleza natural.

Isabel Saldanha continua o seu percurso por Portugal no roteiro “Aveleda Acompanha“. De copo bem servido, a fotógrafa conhece alojamentos e restaurantes locais, sem perder as maravilhas naturais que o País tem para oferecer — tudo registado pela própria lente. Depois de uma volta pelo Algarve, a influenciadora sobe agora pelo lugar predileto dos amantes de mar com mochila às costas. A Costa Vicentina é o roteiro desta segunda crónica.

Adjetivo singular de vicentino, os corvos fiéis de São Vicente que acompanharam a nau ao longo da costa até chegar a Lisboa. O meu pássaro preferido.

A costa que desenha o litoral de Portugal entre Odeceixe e o Burgau, 110 quilómetros. Mas vicentina é, sobretudo, a sensação de sal que fica na alma muito depois de teres atravessado a costa. Há neste mar um quê de galheteiro. Tempera-me a alma. Aqui os peixes que comes parecem saídos de uma fábula, conheces a dureza do mar, adivinhas na boca, a história e o sabor, sempre com um bom copo a acompanhar. Já não há segredos nesta costa, mas há sempre uma tremenda admiração, como se a paisagem nascesse todos os dias virgem especialmente para nós.

Começamos este percurso em Aljezur, um município com seis mil habitantes e 40 quilómetros de costa. Um lugar que acolhe algumas das praias mais míticas e místicas de Portugal: praia da Amoreira, praia do Amado, praia do Monte Clérigo, Arrifana, Canal e a minha praia preferida, no Rogil, que nos alimenta tão bem como aquele pão: a praia do Vale dos Homens. Diz-se que o nome desta praia está ligado a um desembarque de sete caravelas com escravos que os portugueses traziam comandados por D. Felipe I, e que os gritos ainda ecoam pelos penhascos misturados com o som do mar.

Mas antes de nos atirarmos ao azul, vamos até um maravilhoso glamping em Aljezur, amigo do ambiente e amigo das pessoas que acolhe. Depois de aqui estar, fica-se para sempre amarrado.

À celebração do fogo, às tendas de madeira suspensas sobre o verde, à conversa inteligente do Mário, à solidez humorística da Joana e aquela equipa de línguas diferentes, dispostos a dar-te colo e conversa pela noite dentro. Aqui vale a pena comer um peixe com o Mário, acompanhado de um bom vinho, e aquecer do fresquinho da cacimba, no laranja das primeiras brasas.

Depois, é fazer as praias a ver os ninhos das cegonhas nas escarpas, e inalar a urze e a esteva nos trilhos vários de uma beleza interminável.

Algumas praias ficam junto à foz de rios que formam incríveis cenários, como o caso de Odeceixe, Amoreira e Bordeira. E Odeceixe, para mim, leva a coroa. É absolutamente obrigatório gastar tempo aqui, é um investimento na vida. Comer um peixe fresco ou petiscos e beber um bom vinho no restaurante Dorita (mesmo na Praia de Odeceixe) e ir depois lá abaixo até à praia, quando os últimos raios de sol vêm escrever os nossos nomes na areia.

Seguimos para Porto Covo, deslizando sobre a costa, surfamos umas ondinhas, levamos um farnel para a praia e deixamos que o dia termine, como o melhor dos começos. Naquela paz que só os alentejanos conhecem.

Carregue na galeria para conhecer mais alguns detalhes sobre o roteiro “Aveleda Acompanha” preparado pela influenciadora Isabel Saldanha.

Este artigo foi escrito em parceria com a Aveleda.

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