Na cidade

Dos concertos à animação de rua: tudo o que pode ver e ouvir na Noite Branca de Braga

É uma das maiores festas e verão do norte do País e arranca já na sexta-feira, 6 de setembro. São 48 horas de música, arte e cultura.
É o guia completo.

Braga será palco de três noites de celebração, que vão ocorrer já no próximo fim de semana, de 6 a 8 de setembro. A cidade voltará a acolher uma das maiores festividades de verão no norte do País — a célebre Noite Branca, a maior da Europa.

Com seis palcos dispostos em pontos estratégicos, esperam-se 48 horas repletas de música, arte e cultura, com aproximadamente 170 eventos programados. A próxima edição da festa, que atrai milhares de visitantes ao centro urbano, será “a mais internacional de sempre”, assegura o município. O evento contará com a participação de artistas de países como o Chile, Espanha, França, Brasil, Angola e Portugal, promovendo assim um “diálogo intercultural entre a arte e a cidade”.

A autarquia enfatiza que a programação aposta fortemente em eventos ao ar livre, transformando o espaço público numa verdadeira cidade-palco, onde artistas de diferentes geografias se entrelaçam com o ambiente urbano para apresentar as suas criações. Contemporaneidade, inovação e pluralidade são os três pilares que orientam a programação, que “cruza disciplinas, temáticas e desafios, na busca da criação de novos contextos e identidades artísticas”.

Uma das novidades deste ano é o Palco Jazz, localizado nos jardins do Museu de Arqueologia D. Diogo de Sousa. Contudo, a festa não se resume apenas aos grandes palcos; as festividades estender-se-ão por toda a cidade, do centro histórico à Avenida da Liberdade, passando por várias praças, com os espaços culturais da cidade abertos, exposições, arte pública, instalações, espetáculos de arte circense contemporânea e performances de rua, além da programação dedicada aos mais novos.

Entre tantos espetáculos e eventos, é importante saber exatamente o que há para ver e ouvir. Por isso mesmo, a NiT preparou um guia com tudo o que precisa para aproveitar a festa como um verdadeiro bracarense.

Concertos

A edição deste ano contará com uma série de espetáculos nos seis palcos espalhados pela cidade. Os palcos Avenida e Pópulo celebrarão a “diversidade e a riqueza” da música portuguesa, enquanto os palcos do Rossio da Sé e da Praça Municipal terão uma programação multidisciplinar, com destaque para as artes performativas com companhias de Portugal, França e Espanha.

A 6 de setembro, o Palco Avenida vai receber concertos de Van Zee, Bispo e do DJ Nelson Cunha. A banda Os Quatro e Meia e Carminho atuarão no Pópulo, enquanto o Palco Authentica contará com Lucas de Freitas, Quim das Remisturas e André Salvador. Os Godua irão apresentar-se no Palco Jazz.

O Theatro Circo será também palco de um concerto dos Budda Power Blues, celebrando os 20 anos de carreira da banda, com a participação da Orquestra Comunitária de Blues.

No segundo dia (7) poderão ser ouvidos nomes como Bárbara Bandeira e Pedro Abrunhosa no Palco Pópulo, enquanto Wet Bed Gang, Deejay Telio e o locutor Conguito animarão a Avenida. No Authentica, destacam-se artistas como Farofa, Afrobrothers e André Salvador. No Palco Jazz, os Fenda Academy e Joana Raquel, cantora, compositora e improvisadora, serão os protagonistas.

O festival termina a 8 de setembro com um grande espetáculo de carreira de Daniel Pereira Cristo. “Neste concerto celebramos a diversidade e a riqueza da música tradicional portuguesa, numa perspetiva contemporânea e inclusiva”, explica a organização. A igualdade é a mensagem central do espetáculo, que vai contar com convidados como Ana Laíns, Mãe bruxa e Polofinas do GFUM.

Já no Palco Rossio da Sé, a programação inclui os espetáculos da companhia francesa Cie POC, da espanhola Rauxa Cia e da portuguesa Absurda e Erva Daninha e Daniel Seabra.

Animação de rua

O centro histórico também será palco de animação, com os Ale Hop ‒ Brancos, um grupo de personagens simbólicos que levará o público a “Mundos, momentos e lugares inesperados e oníricos” no primeiro dia da festa. Nesta mesma data, os Bucráá Circus apresentarão “El Gran Final”, uma tragicomédia sobre o reencontro de dois palhaços separados por uma guerra civil, homenageando assim a beleza da profissão de palhaço.

A companhia Cie POC trará uma performance interativa e visualmente impactante com um malabarista e dois solistas, intitulada “Steli”. Nos dias 6 e 7 de setembro, outro destaque é o espetáculo Numb do Teatro do Mar, na Praça Municipal, que combina multimédia e várias disciplinas num cenário de grandes dimensões.

André Pereira, um artista singular que utiliza uma máquina de escrever para criar retratos únicos, também vai marcar presença no segundo e terceira dia do evento, assim como a BuFanfa, uma “fanfarra de bufões”, onde os músicos incorporam os instrumentos que transportam e transforma-se num quadro vivo surrealista. 

Outro destaque será o Walo World: Color Invasion, uma “explosão de alegria e caos colorido” que promete oferecer uma experiência repleta de risos e surpresas, semelhante “a uma tempestade de cor e diversão”.

Os Walo World.

No último dia, os visitantes poderão ainda explorar o Prospeto, uma instalação de performance em evolução, ou assistir à interação com os Color’s, “personagens cromáticos que invadem o espaço público com energia e alegria”, encerrando a festa com uma “mensagem de esperança e otimismo”.

Espaços culturais

Como já é habitual, durante os três dias, praticamente todos os museus da cidade vão estar de portas abertas com programação própria. A Sé Catedral de Braga, o Theatro Circo, o Museu dos Biscainhos, o Forum Arte Braga e o Palácio do Raio são apenas alguns dos locais que poderão ser explorados pelos visitantes gratuitamente.

A organização também propõe visitas guiadas à Fonte do Ídolo, onde os participantes poderão descobrir pequenas réplicas de artefactos arqueológicos, terminando com a entrega de uma bula em feltro que contém as peças encontradas.

No Mosteiro de S. Martinha de Tibães, poderá visitar a exposição “Pedra Pesada”, que reflete sobre as memórias do despojamento, e no Mercado Municipal, a instalação “A Viúva”, de Cândida Pinto, que celebra uma tradição pagã, onde se usavam rendas e os papéis de género eram invertidos durante a festividade.

Durante os dias 7 e 8 de setembro, o Campo da Vinha será palco da exibição do talento local e nacional, reunindo artes plásticas, artesanato e literatura no MIA – Mercados Incríveis de Arte, que contará com mais de 70 expositores e várias performances para toda a família.

Outra sugestão é a visita guiada ao Museu dos Biscainhos, além da Termas Silent Party, uma festa silenciosa a acontecer nas Termas Romanadas do Alto da Cividade. A programação completa pode ser consultada online.

O mercado.

Acessibilidades

De 6 a 8 de setembro, a CP e os Transportes Urbanos de Braga (TUB) vão oferecer várias promoções para tentar mitigar o fluxo de trânsito durante o evento. No caso da CP, por exemplo, a empresa terá bilhetes de ida e volta a 3€ entre Porto e Braga. Quanto aos bilhetes para comboios interregionais e regionais, há descontos de 30 por cento.

No que diz respeito aos autocarros, os TUB terão bilhetes especiais a 1€ (ida e volta), a cada 10 minutos, entre as 19 e as 21 horas; e entre as 21 horas e as cinco da manhã, a cada cinco minutos. Os passageiros podem apanhar o autocarro no Minhocenter, Leclerc e Estádio Municipal de Braga.

Onde comer

Braga tem-se afirmado como um destino gastronómico e, nos últimos meses, surgiram vários restaurantes na cidade. Além dos espaços tradicionais como o Cozinha da Sé, Velhos Tempos, Churrasqueira da Sé ou Caldo Entornado, poderá aproveitar a Noite Branca para conhecer algumas das novidades.

Uma delas é o Santo, um “restaurante português com sotaque”, cujo objetivo é alimentar os bracarenses com comida típica e pratos visualmente apelativos. Inaugurado no final de 2023, destaca-se pelo bacalhau à Braga (16€), que, embora tradicional, é frito em tempura, e o robalo com puré de topinambur, envolto em beurre blanc e com um toque japonês (28€).

Para uma refeição ainda mais sofisticada, outra sugestão é o Palatial, que pretende ser uma “referência gastronómica incontornável”. O novo projeto de Thomas Lima, dirigido na cozinha por Rui Filipe, almeja tornar-se um marco na cidade, podendo mesmo trazer uma estrela Michelin para Braga.

O Palatial.

À primeira vista pode até pensar que está a entrar numa exposição de Joana Vasconcelos. Há peças com cor, formas inusitadas, ficando apenas a faltar as valquírias. Quem chega ao Palatial encontra um restaurante elegante e sofisticado, obra da decoradora Paula Brito — a decoradora de Cristiano Ronaldo e personagem do documentário “Soy Georgina” — e do arquiteto Mário Sequeira. 

À mesa chegam os menus de degustação pensados pelo chef Rui Filipe com base “no receituário tradicional”. Os clientes podem escolher entre o Tradição (90€) com cinco momentos ou o Inovação com sete (120€). Qualquer um tem a possibilidade de fazer uma harmonização vínica que pode ir dos 50 aos 90€.

Outro estabelecimento que tem dado que falar desde a bertura, em maio, é o The Lingerie, o restaurante erótico que serve pratos com nomes especiais. A decoração mantém o estilo tradicional da cadeia, com paredes em tons de vermelho e luzes roxas. O mesmo acontece com a farda dos empregados — que usam corpetes, ligas de renda e troncos nus. 

A carta também não sofreu alterações. Isso significa que pode pedir o Minete Guloso — uns inocentes lombinhos de porco grelhados com legumes e batata — ou o Grelo da Maria, um lombo de bacalhau gratinado com crosta de broa. Os preços em menu, com preliminares (entradas), vias de facto (os pratos principais), bebida e espetáculo incluídos, variam entre os 40€ e 60€. Há ainda a hipótese de pedir pratos à carta.

Onde dormir

Já falta pouco para a icónica festa, mas ainda é possível reservar estadia, seja no centro da cidade ou ligeiramente mais afastado. No coração de Braga, em plena Avenida Central, encontra o recém-inaugurado INNSiDe by Meliá Braga Centro, que marca a estreia da nova insígnia da cadeia Hoti Hotéis em Portugal.

A unidade hoteleira, que abriu em junho, está instalada no edifício ao lado do Recolhimento das Convertidas, que estava desabitado e em ruínas e passou por uma cuidadosa renovação. O prédio remonta à primeira metade do século XVIII, formando um conjunto com características consistentes.

O novo hotel.

Com 109 quartos distribuídos pelas duas edificações, com vistas para a cidade e para os jardins, o hotel dispõe ainda de salas de reuniões, restaurantes, bar, claustro, piscina interior aquecida e um pequeno centro de bem-estar. Os preços da estadia rondam os 120€ por noite e as reservas podem ser feitas online.

Outra opção, mais afastada do centro, é a Quinta das Areias, uma unidade de turismo rural inserida numa propriedade vitivinícola de 30 hectares. A herdade pertence ao empresário José Correia e, em tempos, foi uma casa de nobres, tendo pertencido a uma série de personalidades notáveis da cavalaria medieval portuguesa. 

Voltada para a vinha e para o rio, a Quinta das Areias é “daqueles locais em que o tempo parece parar”. Com um conceito único no Minho, o alojamento combina linhas modernas e clássicas, preservando sempre a beleza natural dos espaços. Uma parte do alojamento serviu, em tempos, como um antigo espigueiro e acabou por ser completamente reabilitado. 

Um dos grandes destaques (além de estar no meio das vinhas) são as paredes em vidro de alguns dos quartos, que proporcionam uma vista privilegiada para o rio Cávado. A Quinta das Areias, não só possui cinco suites, como também dispõe de uma sala de estar, uma sala de pequenos-almoços, uma cozinha totalmente equipada e uma piscina exterior. Durante o evento, os preços da estadia rondam os 500€ por noite.

Carregue na galeria para ver algumas imagens de edições anteriores da Noite Branca de Braga. 

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