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É oficial: 2024 foi mesmo o ano mais quente já registado na Terra

As temperaturas registadas são superiores à era pré-industrial. Os termómetros ultrapassam o limite imposto em 2015.
Estamos a atingir valores recorde.

“O futuro está nas nossas mãos — uma ação rápida e decisiva pode ainda alterar a trajetória do nosso clima futuro.” O alerta é Serviço Copernicus para as Alterações Climáticas (C3S) da União Europeia, que confirmou esta sexta-feira, 10 de janeiro, que 2024 foi o ano mais quente alguma vez registado no planeta Terra.

Os dados provisórios surgiram no final do ano passado, mas agora sabe-se que a temperatura média mundial, ao longo do ano, ultrapassou os 1,5 graus de aquecimento e excedeu o nível pré-industrial. “Todos os conjuntos de dados de temperatura global produzidos internacionalmente mostram que 2024 foi o ano mais quente desde que os registos começaram em 1850”, afirma o diretor do observatório europeu Copernicus, Carlo Buontempo. “A humanidade está no comando do seu próprio destino e a forma como respondemos ao desafio climático deve basear-se em evidências.”

Em 2015, em Paris, praticamente todos os países do mundo assinaram um acordo onde se comprometiam a tomar medidas para que o aumento não ultrapassasse os dois graus em relação à época pré-industrial, e de preferência que esse aumento, causado pelos gases com efeito de estufa, não chegasse aos 1,5 graus.

A principal causa das temperaturas extremas, tanto do ar como da superfície do ar, é o aquecimento global provocado pelo ser humano. Porém, outros fatores como o El Niño Oscilação Sul (ENOS) — uma mudança periódica do sistema oceano-atmosfera no Pacífico tropical — também contribuíram para os valores atípicos durante 2024.

A Madeira, por exemplo, atingiu a temperatura máxima mais elevada alguma vez registada no mês de novembro, atingindo 30,3 graus, mas não foi caso isolado. O penúltimo mês do ano ficou também marcado por uma sucessão de tufões devastadores na Ásia. Na África Austral e na Amazónia, as secas históricas também continuaram.

A Organização Meteorológica Mundial (OMM) também já tinha alertado que 2024 se estava a encaminhar para ser o ano mais quente desde que há registos. “Isto não significa que o Acordo de Paris tenha sido violado, mas significa que uma ação climática ambiciosa é mais urgente do que nunca”, afirma Samantha Burgess, diretora-adjunta do C3S.

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