As grutas de Benagil são uma das atrações turísticas mais visitadas do Algarve, mas os acidentes são também bastante comuns devido à navegação desordenada. Uma embarcação turística com cerca de 15 metros, com mais de uma dezena de tripulantes a bordo, ficou encalhada no interior da formação rochosa.
O incidente aconteceu na tarde deste sábado, 2 de setembro, por volta das 15 horas, durante um dos habituais passeios à gruta. A Autoridade Marítima Nacional (AMN) recebeu o alerta e enviou ajuda, mas, quando chegaram, o barco já tinha sido libertado com o apoio de outras embarcações turísticas que estavam na zona. O episódio durou cerca de 20 minutos e, apesar do susto, ninguém ficou ferido, segundo a SIC Notícias.
Este não foi o único acidente que aconteceu nos últimos dias nas grutas de Benagil. Na sexta-feira, 1 de setembro, uma colisão entre uma marítimo-turística e um caiaque provocaram um ferido grave. Uma criança de sete anos teve de ser hospitalizadas com várias lesões.
Estes são apenas dois exemplos de episódios gerados pela navegação desordenada naquela zona. É por esse motivo que o acesso à formação geológica em Lagoa, considerada “uma das cavernas naturais mais incríveis do planeta”, vai tornar-se mais difícil.
O Governo pretende criar “um grupo de trabalho multidisciplinar com a missão de estabelecer a capacidade de carga humana e de determinar as condições de acesso” ao local, segundo o despacho publicado em Diário da República esta quarta-feira, 30 de agosto.
Nos últimos anos, registou-se um aumento crescente número de pessoas que procura aquela formação natural por via marítima, “levando a um aumento expressivo do número de visitantes que permanece naquela área, sobretudo no período estival”, sublinha o documento.
Face a tal popularidade, o Governo decidiu passar a limitar o número de visitantes, antes que seja tarde demais. Uma das medidas que está em cima da mesa é a criação de uma taxa única de acesso.
O objetivo é fazer “face à necessidade de proteção e prevenção de situações de risco para a segurança das pessoas, sobretudo considerando a elevada erosão que se tem manifestado naquela área, o que impõe a definição de regras de utilização para os visitantes, para reforço da sua segurança”.
O principal trabalho deste “grupo multidisciplinar” é fixar a capacidade de carga humana, definir as formas e condições de acesso às grutas e o tipo de embarcações autorizadas, “bem como a forma de proceder nesses acessos, nomeadamente comprimento, boca, calado, lotação, tipo e atividade, velocidade e outros procedimentos a realizar” pelos barcos.
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