Em julho, a autarquia de Terras de Bouro anunciou a construção de um miradouro e de uma estrutura de circulação de pessoas junto à Cascata de Fecha de Barjas, também conhecida Cascata do Tahiti, uma das quedas de água mais famosas do Parque Nacional da Peneda-Gerês. Desde o início que a obra foi contestada por ambientalistas, que compararam a iniciativa com “uma espécie de circo” por ter uma intervenção que “nada tem a ver com o espaço rural e natural”.
Apesar das críticas, o projeto chegou a avançar, mas está agora em pausa por desistência do empreiteiro, avança o jornal “O Minho”. A Câmara Municipal prepara-se para abrir um novo concurso público para conseguir que a estrutura esteja pronta em abril ou maio.
O presidente do município, Manuel Tibo, adiantou ao jornal regional que a autarquia está em negociações com a empresa de construção que venceu o concurso anterior com o objetivo de fazer um acerto de contas. “Se não houver acordo, teremos de ir para o Tribunal Administrativo pedir uma indemnização pela rescisão, mas queremos evitá-lo”, adiantou.
O acerto de contas é fundamental para que se possa chegar a um preço-base no concurso a lançar. Inicialmente era de 205 mil euros, mas, tendo em conta que já foram feitas algumas intervenções, o custo será inferior para o novo vencedor. O prazo de conclusão da obra era de 120 dias, mas com a desistência do empreiteiro, é provável que atrase até oito meses. Além do miradouro de onde se irá avistar a queda de água, será criada uma nova zona de circulação, com redes de proteção e gradeamento.
O objetivo passa por aumentar a segurança de todos os que visitam a área. A falta de precaução e irresponsabilidade de alguns visitantes têm provocado vários acidentes nesta zona balnear que por vezes são mortais. Em 2024, por exemplo, houve oito quedas junto à cascata que provocaram cinco feridos e um morto.
“Não prescindimos da obra porque não é aceitável que continue a haver acidentes, alguns graves, entre os milhares de pessoas que a querem ver e sentir”, sublinhou o autarca. Para o município, está é uma “obra há muito esperada”, que vai melhorar os arranjos exteriores, as marcas rodoviárias e a sinalética necessária para que as condições de segurança e comicidade sejam significativamente melhoradas.
Assim que o projeto foi conhecido, a Associação Portuguesa para a Conservação da Biodiversidade (FAPAS) contestou a intervenção na paisagem protegida. Considerou a iniciativa uma “espécie de circo, transformando um troço de paisagem natural, das mais valiosas do Parque Nacional da Peneda-Gerês, num cenário completamente artificial e urbano”.
Carregue na galeria para ver algumas imagens do projeto e descobrir como vai ficar a envolvente da queda de água.