Foi a 15 de abril de 2019 que o mundo parou para ver a catástrofe que se abateu sobre a catedral de Notre-Dame, em Paris. Na altura, os noticiários de todo o mundo abriram com as assombrosas imagens do edifício a ser consumido por um enorme incêndio que mobilizou 60 quartéis da cidade e mais de 400 bombeiros.
Passados cinco anos, o monumento tem a reabertura marcada para 8 de dezembro, mas já está quase a poder ver algumas das peças que foram restauradas durante este período, numa exposição que será inaugurada a 24 de abril. Vai ficar disponível até 21 de julho, no Mobilier National, o organismo responsável pela conservação do património móvel francês, sendo que o restauro contou com a colaboração do Centre de Recherche et de Restauration des Musées de France (C2RMF),
O Tapis de Chœur é um dos artigos que vai conseguir ver. O tapete de cerca de 200 metros quadrados, feito em lã, foi encomendado pelo rei Carlos X, de propósito para a nave central da Catedral. Estarão ainda expostas 14 outras tapeçarias do século XVII.
Vai também conseguir conhecer algumas das criações de Guillaume Bardet, o autor de algumas “peças contemporâneas concebidas para remodelar o monumento”, como o baptistério, altar, cátedra, ambão e o tabernáculo.
Por fim, a exposição mostrará 21 pinturas, das quais 13 fazem parte dos “Mays”, os óleos de alguns dos melhores artistas do século XVII, como Charles Le Brun, Laurent de La Hyre ou Charles Poerson. Estes artigos foram resgatados das chamas no dia seguinte ao incêndio, sem grandes estragos registados. “Tivemos a sorte de os retirar muito rapidamente com apenas alguns danos causados pela água e pó. Foi bastante milagroso”, disse Emmanuel Pénicaut, o diretor das coleções do Mobilier National ao “The Guardian”, a 14 de abril.