Desde a primeira edição do Trail do Covão, em março de 2022, que a organização procura oferecer percursos diferentes pelas paisagens da freguesia de Cête, no município de Paredes. Apesar de passarem por trilhos distintos, há sempre um ponto de encontro que se mantém a cada edição: a cascata do Covão, um “local mítico e o coração da prova”, como descrevem.
Filipe Teixeira, membro da direção do Futebol Clube de Cête, foi um dos impulsionadores da iniciativa, por onde já passaram mais de mil atletas. “Sou apaixonado pela modalidade de trail, já praticava há algum tempo, e tive a ideia de criar uma prova nesta zona, já que vivemos no meio de montes e serras”, conta à NiT.
Depois de apresentar a ideia à direção do clube e de o terem autorizado a avançar com o projeto, começou a desenhar o percurso da primeira edição, juntamente com outros elementos com experiência no mundo do trail.
“Era para ser uma brincadeira, mas apareceram cerca de 1.100 participantes. Foi depois da pandemia e acho que todos tinham interesse em vir experimentar”, recorda Filipe, de 41 anos.
O Trail do Covão tem crescido ao longo dos anos, com cada vez mais atletas a juntarem-se à prova. Este ano a organização decidiu oferecer aos participantes “algo verdadeiramente único”: um banco em forma de coração e um baloiço, ambos com vista para a imponente cascata, formada na Ribeira de Baltar.

Em 2022, tinham contratado uma empresa para construir uma ponte no local, mas Filipe tinha a ideia de criar algo “que fosse realmente marcante e diferente”. “Sugeri um coração em madeira, inicialmente era para ser algo mais pequeno, mas ficou assim, com esta dimensão. Agora temos o banco e um baloiço em triângulo, com um lugar”, refere.
Mais do que simples estruturas, são “ícones que representarão para sempre a união e o esforço coletivo”. Os dois símbolos foram inaugurados uma semana antes da quarta edição do Trail do Covão, que aconteceu a 16 de fevereiro.
“Queremos que cada corredor, visitante e habitante possa sentir a energia e a história que estes símbolos carregam”, sublinha o responsável. Tanto o banco como o baloiço estão virados para a cascata, um local “que poucos conheciam” e que agora está cada vez mais na rota do turismo. Só no primeiro fim de semana, receberam cerca de 300 visitantes.
A única coisa que falta atualmente é a sinalização, mas é algo que está a ser discutido. Para lá chegar, basta estacionar o carro perto do Mosteiro de São Pedro do Cête, que faz parte da Rota do Românico. A partir daí, é só percorrer cerca de 600 metros até chegar à cascata e às respetivas estruturas.
Além do trail, as pessoas podem percorrer simplesmente o Trilho do Covão de Cête, um percurso circular de dificuldade média. Este tem partida também do mosteiro, um dos tesouros históricos da região, cuja fundação data do século X.
Com 3,2 quilómetros de extensão, a caminhada atravessa bosques, caminhos rurais e pequenas levadas, sendo que o grande destaque é mesmo a cascata.
