É um dos monumentos mais emblemátiocos da região de Vila Nova de Foz Côa e, sem que nada o aparente, foi palco de muitos avanços e recuos na grande guerra pela Península Ibérica, que colocou frente a frente cristãos e muçulmanos. Quase mil anos depois dos primeiros registos, é um cenário imperdível.
Séculos de abandono tiraram-lhe alguma da imponência. Torres caíram, paredes perderam-se, mas não se perdeu a alma do Castelo de Numão, que ainda hoje vale a pena visitar. Por est altura, são as cores do outro que imperam na paisagem e que dão magia ao local. Mas, se não puder fazer já uma viagem até lá, aponte para os meses de fevereiro e março, altura em que as amendoeiras em flor estão no seu auge — e que ajudam a criar uma espécie de cenário fantástico, digno de um fundo de um qualquer capítulo de “O Senhor dos Anéis”.
Classificado como Monumento Nacional, fica a 24 quilómetros de Vila Nova de Foz Côa e a 15 de Freixo de Numão. O seu passado está envolto em mistério e indicam para a presença de povoações muito tempo antes de ficar registada em papel a primeira menção ao castelo. Vestígios encontrados no local remontam ao neolítico, cerca de três mil anos antes de Cristo.
Por ali terão também passado pela região militares romanos. Apesar de só em 960 constar de um testamento, há quem trace origens muçulmanas às muralhas e torres erguidas no local.
A verdade é que estas muralhas assistiram de perto à batalha pela Península Ibérica, travada entre reis cristãos e soldados muçulmanos. Integrado numa lista de doações ao Mosteiro de Guimarães, terá acabado por regressar às mãos islâmicas em 997.
O século que se seguiu viu o castelo passar de mãos em mãos, até chegar à posse de Fernão Mendes de Bragança, casado com D. Sancha, irmã de D. Afonso Henriques. Foi ele quem terá mandado reconstruir parte da fortificação.
O interior das muralhas terá sido habitado durante os séculos que se seguiram, pelo menos até ao século XVI, altura em que já teria apenas 15 moradores. O abandono consequente levou a que as muralhas se fossem degradando. Hoje, das quinze torres que despontavam das muralhas, restam apenas seis. O Castelo de Numão tinha também quatro portas.
Fora das muralhas, é possível espreitar os vestígios da igreja de São Pedro de Numão, mas também uma capela pré-românica e pelo menos dez sepulturas escavadas na rocha.
Se quiser saber mais, pode visitar o Centro Interpretativo de Numão, inaugurado em 2013 e que conta toda a história da pequena freguesia de Vila Nova de Foz Côa, bem como do seu castelo.