Esta pode ser a oportunidade de fazer uma daquelas experiencias que anda a planear há meses e sempre a adiar: até porque assim vai com tudo planeado, organizado e guiado, e não paga balúrdios por isso.
Habituada sobretudo a organizar dezenas de caminhadas e eventos de natureza, a Greentrekker vai por vezes mais longe e cria programas completos — onde as caminhadas, a descoberta e a natureza estejam, é claro, integrados. Esta incide sobre duas das maiores atrações do País: os Passadiços do Paiva e a Ponte 516 — também conhecida como a maior ponte suspensa pedonal do mundo.
De 10 a 12 de dezembro um grupo de participantes vai poder rumar à Serra da Freita para um fim de semana que combina momentos de aventura com uma caminhada inesquecível nestes dois locais.
No primeiro dia desta aventura após a noite de sexta-feira, da chegada ao hotel designado, os participantes vão poder percorrer os passadiços sobre o rio Paiva, uma infraestrutura inaugurada em junho de 2015, e que neste momento é uma das maiores atrações de Portugal. No final, terão oportunidade de percorrer a ponte 516: como o nome indica, com os seus 516 metros de comprimento e vistas incríveis para a Garganta do Paiva.
Na noite desse sábado, 11 de dezembro, há tempo ainda para um jantar de grupo, para recuperar forças da longa caminhada e preparar o dia seguinte.
No domingo, 12 de dezembro, o grupo irá explorar o sopé da Serra da Freita, onde existem também muitos motivos mais do que suficientes para se deslumbrar. A paisagem é coberta por um manto verde, e há locais, como os viveiros da Granja e as bolas quatzodioríticas, que são de paragem obrigatória. As casas, que habitam as montanha pelas aldeias de Ameixieira, Chão-de-Espinho, Espinho, Povos, Forcada e St.ª Mª do Monte, merecem também uma visita.
Se está interessado, todos os graus de dificuldade, o que deve levar e as características do percurso estão online, onde encontra também todas as diretrizes que o programa irá cumprir por causa da Covid-19.
Certo é que a aventura é apenas para maiores de 12 e que as pernoitas (de sexta a domingo) acontecem no Hotel São Pedro, em Arouca. Os preços do programa começam nos 220€, o valor por pessoa em quarto duplo. Se for sozinho, num quarto single o valor sobe para os 260€.
Este valor vai incluir as duas noites de alojamento no Hotel São Pedro com pequeno-almoço; o referido jantar de grupo; a entrada nos Passadiços e na ponte 516 Arouca; duas caminhadas; um Guia GT no terreno; transfers; chá e bolachas durante os passeios pedestres; Seguro de acidentes pessoais e Seguro de Responsabilidade Civil.
O preço não inclui o transporte de ida e volta até Arouca, transferes para os percursos e outras refeições, adianta a GreenTrekker. As inscrições são online.
Os premiados passadiços e a Ponte 516.
Desde que abriu, em maio deste ano, a nova ponte suspensa de Arouca tem sido presença constante em meios de comunicação nacionais e internacionais.
Não é para menos. Descrita como assustadora (em bom), recordista, fonte de adrenalina e de “alta ansiedade”, a 516 Arouca é considerada a maior ponte pedonal suspensa do mundo: uma designação que, também ela já esteve envolta em polémica quando se levantou a possibilidade de haver, afinal, uma ponte ainda maior.
Na altura, ficou esclarecido pela Câmara de Arouca, a responsável pela estrutura: a ponte semelhante no Nepal, mais comprida do que a de Arouca, terá inaugurado sem anúncio e já depois desta designação; e é ainda totalmente diferente no que respeita à “dimensão e todas as outras características”.
Ao atravessar a ponte, pode admirar a magnífica paisagem sobre a Garganta do Paiva e a Cascata das Agueiras, ambos geossítios do território UNESCO do Arouca Geopark. A 516 Arouca surgiu como complemento aqueles que já foram eleitos por várias vezes como a Melhor Atração Turística de Aventura do Mundo nos World Travel Awards (e que entretanto também já reabriram): os Passadiços do Paiva.
O bilhete, que também dá acesso aos Passadiços do Paiva, custa normalmente 12 euros, com descontos para jovens e séniores, que pagam 10€. Como se pode ler no site, não é permitido o atravessamento a menores de seis anos, nem se pode levar carrinhos de bebés ou animais.
Os bilhetes têm sempre de ser comprados online e os visitantes com comprovativo de morada em Arouca podem usufruir da experiência a título gratuito, se já tiverem o cartão-residente que por cinco euros lhes garante livre-trânsito durante três anos na ponte e nos Passadiços do Paiva.
Quanto a quem ainda não conhece os Passadiços do Paiva, logo ali ao lado da ponte este incrível percurso em Arouca, Aveiro, favorito de tantos portugueses e estrangeiros reabriu também ao público a 5 de abril deste ano.
Os passadiços percorrem 8,7 quilómetros de um troço incrível, num passeio intocado e rodeado de natureza selvagem, na margem esquerda do Rio Paiva, numa zona conhecida como a Garganta do Paiva, concelho de Arouca, distrito de Aveiro.
Ali encontra águas bravas, cristais de quartzo e várias espécies em extinção na Europa. Passa pelas praias fluviais do Areinho e de Espiunca, encontrando-se, entre as duas, a praia do Vau. Passa por pontes suspensas, pequenos lagos de água nas rochas, muitas sombras, a natureza no seu estado mais puro.
Inaugurado em junho de 2015, o caminho não tem tido sempre um percurso fácil: a 11 de agosto de 2016, um incêndio atingiu os Passadiços do Paiva, e destruiu 700 metros. O acontecimento obrigou a encerrar metade do trajeto (de oito quilómetros passou para quatro) e, durante vários meses, os visitantes foram obrigados a ficar pelo caminho. Em setembro de 2015, noutro incêndio, já cerca de 600 metros haviam sido destruídos.
Mas o troço reabriu, os passadiços foram recuperados e têm sido sempre melhorados. Após o primeiro fogo, o projeto sofreu algumas alterações e foram criadas normas mais restritas para os visitantes deste Património Geológico da Humanidade, segundo a UNESCO, recebendo depois a gigante ponte suspensa.
A partida é feita do Areinho – Espiunca, a partir de onde encontra quase nove quilómetros, sempre em frente. O percurso pedonal é feito em estruturas em madeira de pinho, que estão assentes em ferro implantado nas rochas.
O nível de dificuldade é considerado alto, devido sobretudo a acentuados desníveis: há zonas para subir e descer escadas, três troços de terra batida e a duração média é de cerca de 2h30 para cada lado.
Pode fazer todo o ano, este percurso que, além da sua óbvia e incrível beleza natural, ainda passa por vários Geossítios: Garganta do Paiva (G36); Cascata das Aguieiras (G35); Praia Fluvial do Vau (G30); Gola do Salto (G31) e Falha de Espiunca (G32).
O valor de entrada para os Passadiços do Paiva é normalmente de 2€ por pessoa. As crianças até aos dez anos não pagam e as pessoas que vivem em Arouca também não, uma vez que têm direito a um cartão de acesso gratuito ao local, sem limite de visitas.