A procura é muita e a oferta é escassa. Apesar dos preços elevados, as casas que entram no mercado de arrendamento saem rapidamente, algumas em menos de 24 horas. É o chamado arrendamento expresso. Numa altura em que a inflação fragiliza os orçamentos familiares e os custos com o crédito habitação estão a subir, a única opção viável para os que procuram habitação é o arrendamento. Porém, é cada vez mais difícil conseguir encontrar uma casa disponível.
A oferta de imóveis habitacionais para arrendar no País desceu 40 por cento no quarto trimestre de 2022 em 14 capitais de distrito (em relação ao mesmo período de 2021). Os dados surgem compilados num estudo realizado pelo Idealista, o principal marketplace imobiliário do sul da Europa.
Braga, Lisboa, Porto e Viseu são as capitais de distrito onde se verificou a maior descida do número de casas disponíveis para arrendar. A capital, por exemplo, perdeu 50 por cento do seu stock em apenas um ano. Seguem-se Aveiro, Coimbra, Castelo Branco, Setúbal, Leiria, Viana do Castelo, Santarém, Faro, Vila Real e Funchal.
Das 19 capitais de distrito que o Idealista analisou, apenas cinco aumentaram a oferta de casas no mercado de arrendamento. Beja foi a cidade onde mais cresceu (29 por cento) neste período, seguida por Bragança, Évora, Ponta Delgada e Guarda.
Em fevereiro de 2022, cerca de 30 por cento das casas para arrendar estiveram menos de uma semana no mercado. Atualmente, ficam ainda menos tempo: cerca de 19 por cento das habitações arrendadas através do Idealista desapareceram em menos de um dia no mês de outubro.
Este arrendamento expresso acontece sobretudo com os anúncios com valores mais baixos. Segundo um estudo do portal imobiliário, 28 por cento das habitações com rendas inferiores a 750€ por mês são arrendadas em menos de 24 horas.
Os dados mostram ainda que a percentagem vai diminuindo à medida que os valores aumentam: cerca de 22 por cento das casas que custam entre 750€ e 1000€ mensais foram arrendadas em menos de dia; 11 por cento tinham rendas entre 1000€ e 1500€ por mês; e outros 11 por cento custavam mais de 1500€.