Será uma das poucas coisas positivas que fica para a história deste ano— e do desaire económico e sanitário que ele deixou: 2020 foi o ano em que todos, em massa, não pontualmente ou em último recurso mas como primeira escolha, redescobrimos Portugal.
É por isso também natural que tenha sido o ano da multiplicação dos pontos que celebram e embelezam regiões e locais, com uma beleza natural inegável, mas que ganham atratividade com um baloiço, um miradouro, um passadiço ou um trilho. Como esta novidade no cimo da Torre da Magueixa, freguesia de Reguengo do Fetal, Batalha.
O Baloiço da Barrozinha, com z, na zona da Barrosinha, com s, fica a 320 metros de altitude e é um novo espaço para estar, observar, pensar e voar — além de, claro, fotografar. Trata-se de um baloiço de dois lugares, com vista para a serra e a natureza, que abriu em agosto de 2020. Quando o céu está limpo, há quem diga que até consegue ver o mar.
Segundo o jornal local “Região de Leiria“, tudo começou pelo sonho de Joaquim Menezes, bombeiro e funcionário do Município da Batalha, que decidiu que a Torre ficaria ainda mais interessante de visitar com um baloiço.
Há pouco mais de um mês, Joaquim decidiu avançar e conseguiu erguer o baloiço, com a preciosa ajuda de amigos, em duas semanas. No final de agosto, já havia gente a querer ir e fotografar o novo espaço.
O bombeiro diz ao jornal que teve a ideia ao ler a notícia de um outro baloiço, que o fez pensar em aumentar o potencial de uma zona que já tem trilhos, natureza e imenso para visitar. O acesso é relativamente fácil: deve ir na direção da Torre, Reguengo do Fetal, seguir pela estrada de Fátima e, logo depois do túnel por debaixo do IC9, tomar a estrada à direita. A parte final é pior para os carros, devendo ser feita a pé.
Segundo vários meios locais, o município de Leiria prepara-se para montar 12 baloiços em pontos panorâmicos do concelho.
Este ano, eles são aliás uma das novas grandes modas, recurso quase infalível das autarquias e juntas para dar aquele motivo extra às pessoas de conhecerem e visitarem uma região. Além de lindos e com vistas perfeitas, enchem as redes sociais de fotos que funcionam como uma espécie de bilhetes postais da região — e o turismo agradece.
Recentemente, abriu um destes locais maravilhosos na Serra da Boneca, com vista para o Rio Douro — tal como a NiT lhe contou. Para quem não conhece, há outros dois baloiços panorâmicos com uma história semelhante e até mais antigos — e que também foram criados por jovens para valorizar as suas terras. Neste caso, são espaços irmãos entre si, ou seja filhos do mesmo projeto e próximos um do outro.
Falamos do Baloiço do Trevim e do Baloiço do Burgo. Os mesmos que inspiraram uma jovem a criar o Baloiço do Talegre, na freguesia e Serra de Alburitel, no concelho de Ourém; e em junho o de Penedros da Cabeça.
Mas continuou: em julho abriu o Baloiço do Mezio, na Serra do Soajo; no mesmo mês, nasceu o Baloiço de São Silvestre, em Mesão Frio; e ainda o Baloiço CerLove em Vila Nova de Cerveira — que até motivou filas épicas, semanas depois.
E se julho foi forte, o que dizer de agosto? Neste mês, abriu o Baloiço do Sobreiro, junto ao Miradouro do Talegre, em Moncorvo; no mesmo mês foi conhecido o Baloiço d’As Antas P’ro Mondego; também o Baloiço da Carriça, em Arganil; e o da Ponte do Canal na freguesia de Abragão, Penafiel. E ainda o Baloiço da Pateira do Carregal, idealizado e criado pela associação de amigos do parque com o mesmo nome, em Requeixo, Aveiro. Já em setembro, abriu em São João da Fontoura, Resende, o Baloiço da Senhora da Guia.
Além disso, a moda já não se fica só pela natureza. Depois de chegar a um restaurante na Ericeira, há agora até um baloiço numa clínica no Porto.