Em 2016, a Junta de Freguesia de Santa Maria Maior mostrou o seu descontentamento quanto ao estado da zona do Martim Moniz, onde se verificava “menos segurança, perda do direito ao descanso e severo comprometimento das condições de higiene urbana”. Ao longo dos anos, o presidente Miguel Coelho foi pressionando a Câmara Municipal de Lisboa (CML) a avançar coma iniciativa de requalificar aquela zona da capital. Na passada segunda-feira, 18 de abril, o autarca apresentou um projeto daquilo em que, para ele, o Martim Moniz se poderá tornar.
“É público e notório que desde 2016 a Junta tem vindo a reclamar no Martim Moniz um espaço para famílias, com um parque de lazer e também um espaço verde”, conta Miguel Coelho à NiT. Além disso, pretende criar zonas próprias para os miúdos, onde possam passear com os pais e avós, ou onde seja possível simplesmente brincarem. Ali, encontraremos “árvores grandes, médias, de todos os portes” e flores cheias de cor, num parque onde as “pessoas vão poder descansar enquanto leem um livro ou brincam em família.”
Frisa que este plano pretende que a praça se torne no oposto do que é atualmente. Nos dias que decorrem, o Martim Moniz “está essencialmente virado para atividades comerciais e divertimento intensivo”, sublinha. “Como aquilo está, está péssimo. O centro histórico, por exemplo, é usado para festas ao ar livre, boates, e há muito barulho.”
Tal agitação diária que se intensifica no fim de semana, “faz com que as pessoas deixem de querer aqui viver. Já não existe tranquilidade, e tem de haver direito ao descanso.” Ao pensar na generalidade da zona, adianta também que “não existem muitos espaços verdes.” Um dos objetivos da requalificação é aproveitar a praça central para criar um jardim, que também dará qualidade ambiental ao território.
É irrefutável que o Martim Moniz é uma das zonas mais multiculturais de Lisboa, e essa faceta será também privilegiada. “A zona da Mouraria é habitada por pessoas oriundas de diversos cantos do planeta, desde europeus a asiáticos, e todos têm convivido de uma forma exemplar com a comunidade local. Não temos situações de conflitos religiosos ou culturais. Claro que existem diferenças gastronómicas e linguísticas, mas a integração e capacidade de compreensão são notáveis”, considera o presidente da junta. “O Martim Moniz tem de continuar a ser um espaço para todas estas culturas e influências”, frisa. E garante que o novo parque vai “continuar disponível para todas as variantes que fazem da cidade um espaço multicultural.”
Além das plantas e árvores que proporcionarão um ar mais puro, o plano prevê a instalação de equipamentos para a prática de exercício físico.
O projeto da Junta de Freguesia de Santa Maria Maior está a ser bastante apoiado pela população. “Não tenho tido nenhuma manifestação, rejeição ou crítica radical. Temos tido muitos elogios, palavras de incentivo e concordância genérica ou geral em relação ao que apresentámos”, diz orgulhosamente. “É preciso centralizar este tema nas decisões políticas da câmara. A junta não tem competências para implementar o plano sozinha. Precisa da ajuda da câmara”, sublinha mais uma vez o presidente da freguesia.
Carregue na galeria para conhecer melhor o plano de renovação do Martim Moniz.