As publicações multiplicaram-se nos últimos dias, sobretudo num grupo de Facebook dedicado a identificar atos de vandalismo na vila do concelho de Odemira. Um dos mais partilhados é um vídeo que mostra centenas de garrafas vazias e abandonadas, empilhadas no parque de estacionamento na Praia do Malhão.
“Já há muito tempo que luto contra esta temática, mas infelizmente parece que não muda. O que aconteceu hoje na Praia do Malhão é crime. Inaceitável”, escreveu o autor não identificado da publicação. Alguns dos moradores que vão partilhando imagens do vandalismo que tem assolado as ruas referem que este fenómeno “não é apenas de este ano”, enquanto notam a falta de ação e presença das forças policiais.
“O que será preciso mais para a GNR atuar. Os milfontenses não podem todos os verões ficar reféns desta corja de animais”, refere outro membro do grupo.
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Além do ruído e dos gritos que se fazem ouvir ao longo da noite, devidamente documentados em vídeo, é possível ver jovens a dormirem na estrada e no interior de caixas multibanco, bem como a comprarem bebidas alcoólicas à janela de casas privadas.
“Esta noite foi caótica! Eram dezenas de miúdos irresponsáveis bêbados a partirem garrafas nos muros, a fazerem barulho. Uma destas noites o espelho do carro do lado do passeio foi arrancado e levado. Devido a estes miúdos já tivemos que ter despesas. Não entendo como as pessoas continuam a alugar as casas a estes grupos, se este problema já não é recente. Ah e ouvi um dos jovens dizer que se não fossem eles a vir para cá, que nós morríamos de fome”, escreve uma das moradoras da vila.
Os relatos revelam que são, na sua maioria, jovens oriundos da linha de Cascais, muitos “miúdos e miúdas com 12 e 13 anos”, explica uma empresária em declarações ao “Público”, que relata também episódios de maior agressividade. Num dos vídeos partilhado, é possível ver um morador, de telemóvel em punho, a interpelar um grupo que saltava o muro de uma casa. As respostas vieram em tom jocoso: “Grava para a TVI”.
Ao “Público”, o porta-voz da GNR confirma que os perto de 400 jovens vêm quase todos de Lisboa, Oeiras e Cascais, num cenário que é recorrente a cada verão.
Carregue na fotogaleria para ver as imagens da destruição partilhadas pelos moradores.