Margarida de Castro começou a trabalhar em turismo em 2017. Natural da Guarda, foi na Quinta do Vallado, uma das mais famosas do Vale do Douro, que descobriu a paixão por tudo aquilo que a região tinha para oferecer. Nos tempos livres, aproveitava para conhecê-la de uma ponta à outra.
“Quando comecei a trabalhar, tínhamos muitos clientes que nos perguntavam como é que podiam explorar o Douro Superior e não havia oferta”, começa por contar à NiT Margarida, de 32 anos. “Portanto, este bichinho de como é que podíamos melhorar o turismo aqui em cima ficou-me sempre um bocado na cabeça.”
Ao longo dos anos, o interesse em mostrar a beleza do Douro aos outros, com o objetivo de os fazer apaixonar-se pela região, continuou a crescer. Em janeiro, decidiu tirar a ideia do papel. O Douro on The Rocks nasceu da vontade de Margarida mostrar as “partes escondidas” da região, através de percursos feitos num jipe.
“A maior parte dos caminhos são todos em terra batida, então o jipe é uma ferramenta essencial”, explica. “Faço várias rotas pelas aldeias para dar a conhecer a arquitetura e a cultura regional do Douro Superior. Paramos para falar com pessoas da terra, vamos aos restaurantes e aos cafés típicos, e explorámos também a parte arqueológica, porque temos um legado muito grande a nível histórico.”
Atualmente, o projeto disponibiliza cinco rotas: a do Douro Selvagem, que explora as ruínas arqueológicas, miradouros e os segredos de ambas as margens do rio; a das Aldeias, com enfoque na conversa com os residentes locais, na arquitetura rural e também nos miradouros; a das Uvas, onde visitam quintas, passeiam entre vinhas centenárias e conhecem de perto o trabalho da terra; a Douro Internacional, feita na margem do rio que marca a fronteira entre Portugal e Espanha; e a do Xisto Azul, que, como o nome indica é a mistura perfeita entre a natureza e a história industrial da zona.
“Isto tudo começou pela paixão que eu ganhei quando vim trabalhar para aqui e depois, fiz os caminhos para ver o que é que se encaixava melhor em cada rota”, explica a fundadora, acrescentando que demorou cerca de seis meses para pensar e organizar todos os passeios que tinha em mente.

Os passeios podem também ser personalizados. Cada um inclui um wine break com petiscos, mas se os clientes quiserem, podem acrescentar ao roteiro um almoço num restaurante tradicional, um piquenique, uma prova de vinho mais completa ou até mesmo um passeio de barco. Todas estas experiências são feitas em parceria com negócios locais.
“Há programas que podem ser um dia inteiro, vários dias ou apenas algumas horas”, explica a fundadora. “Passamos desde as paisagens, porque o Douro tem as suas belezas sublimes, até as provas de vinhos e azeites com produtores aqui da zona, piqueniques no meio das vinhas ou mesmo perto do rio entre outras experiências.”
Por outro lado, apesar de ter as cinco rotas bem definidas, Margarida sublinha que não pretende ficar por aqui — afinal, o Douro é um verdadeiro universo a explorar. “O projeto está sempre em evolução. Nascem sempre novos negócios e podemos sempre crescer também com os parceiros. Para mim o essencial é mesmo trabalhar em rede”, aponta. “A ideia do meu projeto é personalizar ao máximo e dar experiências genuínas e autênticas.”
O gosto especial pelo turismo regional surgiu do pai, que tinha também um grande interesse em explorar novos locais e fazer provas de vinho. “A paixão pelo mundo vínico e a parte de explorar vieram muito dele”, confessa. “Ele organizava rallies quando eu era criança, portanto tenho o bichinho da terra batida desde então.”
Tudo o que sabe hoje sobre o turismo e o vinho aprendeu-o com as experiências profissionais que viveu nos últimos anos. E não é por acaso que entre todas as rotas que organiza, a preferida é a do Douro Selvagem.
“Foi a primeira que lancei nas redes”, recorda. “Começa normalmente em Vila Nova de Foz Côa, mas também pode ser noutro sítio qualquer onde vou buscar os clientes. Depois, passo por umas ruínas arqueológicas e seguimos em terra batida. No meio disto, passamos por duas margens diferentes do rio, onde conseguimos ver o Douro já transformado em culturas agrícolas, e do outro vemos a parte pura, com rochas e escarpas.”
Margarida defende que a região vai muito além do vinho e deve ser explorada como um todo. “O Douro é um sentimento. É tudo junto. É a paisagem, o vinho, as cores e o rio. Acho que o meu projeto funciona porque mostra estas várias vertentes.”
O Jeep de Margarida tem capacidade para até sete pessoas e os valores para cada um dos percursos com o wine break rondam os 60€ por participante. No entanto, este pode ser mais elevado caso os grupos optem por personalizar a experiência com almoço, piquenique ou passeios de barco. Pode contactar o projeto através do 964556768.
De seguida, carregue na galeria para saber mais sobre os passeios do Douro on the Rocks.