Na cidade

Mau cheiro regressa a Lisboa (e o culpado é o bagaço)

Os lisboetas (e não só) voltaram a acordar com um odor forte no ar, trazido pelo vento que sopra do Alentejo.
Cheira a azeitona.

Cheira a azeitona, cheira a Lisboa. A canção de Amália Rodrigues poderia facilmente ser adaptada, uma vez que, na manhã desta segunda-feira, 10 de fevereiro, os portugueses, de Setúbal a Torres Vedras, acordaram mais uma vez incomodados com este odor peculiar.

À semelhança do que aconteceu no ano passado, a origem deste mau cheiro remete para as fábricas de processamento de bagaço de azeitona situadas a sul, no concelho de Ferreira do Alentejo. “Isto resulta de todo o material residual que não foi aproveitado na produção do azeite que é tratado de forma insuficiente por estas indústrias”, explica a especialista em qualidade do ar, Sofia Teixeira, à SIC Notícias.

As condições meteorológicas contribuíram para que o odor se espalhasse até à região de Lisboa, já que os ventos do sul transportaram este aroma característico do Alentejo para o norte. A Agência Portuguesa do Ambiente (APA) confirmou que “as condições atmosféricas de fraca dispersão, com uma camada de mistura anormalmente baixa durante a madrugada e parte da manhã de hoje [segunda-feira, 10], aliadas a ventos fracos do quadrante sudeste, resultaram em concentrações elevadas de compostos odoríferos na área da Grande Lisboa”.

Espera-se que a situação melhore durante a tarde de segunda-fira, embora haja uma elevada probabilidade de o odor voltar a manifestar-se na próxima madrugada (10 de fevereiro), ainda que com menor intensidade. Apesar do forte cheiro, a APA assegura que não se regista “qualquer problema em termos de poluentes medidos que possam afetar a saúde.” O odor a azeitona deverá dissipar-se com a mudança do vento para o quadrante oeste.

 

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