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As novas e elegantes casas de madeira que foram feitas “para durar mais de 100 anos”

Um dos objetivos da Carmo Wood é combater a crise da habitação e oferecer "uma alternativa à construção tradicional".

Durante várias décadas, as casas de madeiras foram vistas como inseguras, sobretudo devido aos incêndios que poderiam destruir toda a propriedade numa questões de minutos. Mas a verdade é que, com a chegada das novas tecnologias, foi possível reverter este problema e, aos poucos, muitos países começaram a apostar na criação de propriedades com estas características.

“Nos países nórdicos, como a Noruega, a Finlândia, a Suécia e o Japão, as casas de madeira são consideradas das melhores do mundo em termos de qualidade habitacional”, começa por conta à NiT João Figueiredo, CEO CW Form, da Carmo Wood, empresa de construção portuguesa. “Nunca entraram no resto do mercado europeu por dois motivos. O primeiro, foi muita resistência à inovação, porque havia medo de incêndios e da manutenção. E o segundo é porque não havia falta de oferta. Por isso, mantivemo-nos a fazer propriedades em pedra e em tijolo, que é o tradicional português.”

No entanto, com o agravamento da crise de habitação no nosso País, nos últimos anos, e a falta de ofertas mais económicas, a Carmo Wood viu uma oportunidade de lançar um novo projeto que pudesse facilitaar a vida das famílias à procura de um lar.

Em 2024, apostou pela primeira vez em casas pré-fabricadas de madeira com um modelo semelhante a um bungalow, direcionadas maioritariamente para o sector turístico. Agora, chegou a vez de as adaptar para residências habitacionais.

“Com esta crise, sentimos que era um bom momento para fazer a importação desta tecnologia para começar a construir projetos habitacionais para clientes finais, com uma inspiração nórdica”, aponta. “No ano passado lançámos o primeiro modelo de bungalow, para efeitos turísticos ou uma microhabitação e tivemos uma grande atratividade. Conseguimos fazer vendas superiores a um milhão de euros”, refere o responsável.

Este ano, a empresa criou três novas linhas de casas modulares, pensadas como “uma alternativa à construção tradicional” e que servem desde a classe média à de luxo. Os destaques vão para durabilidade das propriedades e o facto de estarem prontas num período de cinco a sete meses.

“A casa, no seu interior, é feita de madeira laminada, coada ou CLT,  que é considerado o novo ‘betão verde'”, explica. “Em termos estruturais, tem a mesma resistência do que o betão, sendo que tem uma particularidade fantástica e muito melhor que as casas de pedra, que é a sua capacidade térmica. Há uma razão pela qual as saunas que encontrámos no spa serem de madeira. Depois de aquecida, consegue reter todo o seu calor no interior, de forma muito rápida.”

O responsável salienta que um dos principais problemas das habitações em Portugal é a deficiência energética, ou seja, são muito frias no inverno e quentes no verão. A madeira, por sua vez, é um dos materiais que “consegue fazer o contrário” — ou seja, mantê-la quente no inverno e fria no verão.

Um dos projetos.

As novas casas da Carmo Wood ainda não foram oficialmente lançadas, dado que a empresa está a tentar estabelecer uma parceria com um gabinete de arquitetura que será responsável pela decoração e design das propriedades. No entanto, já estão disponíveis para venda.

“O maior mito sobre as casas em madeira é que não duram. As nossas são concebidas para mais de 100 anos, com madeira tratada, proteção contra o fogo e a humidade e manutenção mínima”, sublinha. “A diferença para uma casa tradicional está no planeamento, na eficiência e na honestidade. Na Carmo Wood o preço é fechado no dia um, e entre cinco a sete meses entregamos a casa pronta. Sem surpresas, sem atrasos e sem desculpas.”

O responsável explica que um dos motivos da rapidez deve-se ao facto de que tudo é feito nas fábricas da empresa, sendo assim possível trabalhar debaixo de chuva (porque estão protegidos, claro) e durante o dia e à noite. “Temos três turnos diferentes”, frisa. “Numa obra feita num terreno ao ar livre, só se consegue trabalhar oito horas por dia e nós conseguimos 24. É essa a grande vantagem.”

Entre as três linhas disponíveis, encontram-se as Nature Homes, com áreas a partir dos 70 metros quadrados e construções em madeira lamelada com isolamento capoto; as Green Villas, com dimensões entre os 120 e os 240 metros quadrados, acabamentos contemporâneos, e uma combinação de madeira, vidro e pedra; e as Golden Villas, disponíveis entre os 180 e os 400 metros, feitas de materiais de alta qualidade e integração de energias renováveis.

Os valores para um T2 começam nos 180 mil euros, podendo chegar a um milhão de euros, dependendo da linha escolhida pelo cliente. Pode entrar em contacto com a Carmo Wood através do 213 132 200 ou do site da empresa.

A Carmo Wood foi fundada em 1979, tendo renovado a sua imagem este ano para “refletir a evolução da empresa”. Conta atualmente com mais de 350 colaboradores e quatro unidades fabris em Portugal. Foi responsável pela construção original dos Passadiços do Paiva, em 2015, e também pela sua reconstrução, em 2024, na sequência dos devastadores incêndios florestais que deflagaram no País. 

Carregue na galeria para ver fotografias do novo projeto habitacional.

 

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