Os termómetros continuam a bater recordes em Portugal. Novembro tornou-se o mês mais quente dos últimos 94 anos no nosso País, divulgou esta sexta-feira, 13 de dezembro, o boletim do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA). A temperatura média registada é de cerca de 15 graus.
“Estima-se que o mês tenha sido cerca de 1,62 graus mais quente do que a média pré-industrial de 1850-1900”, revela a entidade. “É o 16.º num período de 17 meses em que a temperatura do ar da superfície média global excedeu 1,5 graus.”
Embora os valores tenham estado quase sempre acima do valor médio mensal, 6 de novembro destacou-se por ser o dia com o registo da temperatura mais elevada, 27,9 graus, na estação meteorológica de Alcácer do Sal.
Tratou-se não apenas de um mês quente, mas também muito seco em relação à precipitação, inferior ao valor médio entre 1981 e 2020. O IPMA destaca o período entre 14 a 16 com a ocorrência de precipitação forte a muito forte, com inundações em algumas localidades do Baixo Alentejo e o sotavento Algarvio.
Têm-se registado temperaturas do ar acima da média um pouco por toda a Europa, com a Dinamarca a ter a noite mais quente para o mês de novembro. Além disso, estabeleceram-se recordes de temperatura na Islândia, com a noite mais quente em qualquer lugar acima de uma latitude de 60 graus.
Novembro também ficou marcado por uma sucessão de tufões devastadores na Ásia. Na África Austral e na Amazónia, as secas históricas continuaram a bater recordes.
A Organização Meteorológica Mundial (OMM) também já tinha alertado que 2024 se estava a encaminhar para ser o ano mais quente desde que há registos. “Isto não significa que o Acordo de Paris tenha sido violado, mas significa que uma ação climática ambiciosa é mais urgente do que nunca”, afirma Samantha Burgess, diretora-adjunta do C3S.
De janeiro a novembro, as temperaturas médias globais foram 0,72 graus superiores à média de 1991 a 2020. Trata-se do valor mais elevado de que há registo para este período e 0,14 graus mais quente do que no mesmo período em 2023.
Vale a pena recordar que, no primeiro mês deste ano, Portugal foi assolado por onda de calor no norte e centro, classificada pelo IPMA como “a mais significativa, observada no mês de janeiro desde 1941”.
