Muito mudou no mundo e em Portugal desde a pandemia. Orlando Ornelas, economista e empresário do setor hoteleiro, começou a reparar numa transformação em particular: o perfil do turista que visitava a Madeira, a sua terra natal.
“Os turistas eram cada vez mais jovens e era necessário que a oferta se adaptasse a este perfil”, explica à NiT. Com os visitantes “mais conectados e tecnológicos” em mente, Orlando desenvolveu uma ideia que concretizou em agosto: o Madeira Experiências Imersivas. Trata-se de um centro repleto de experiências de realidade virtual que proporciona uma nova forma de explorar a região e os seus tesouros naturais. A tecnologia imersiva presente no espaço demorou anos a ser preparada.
Para criar este projeto, Orlando e a sua equipa viajaram pelo mundo a fim de investigar a criatividade e as inovações disponíveis nesta área. “Queríamos perceber que tecnologia se utilizava para este entretenimento turístico”, refere. Com o conhecimento, ideias e com inúmeros contactos, regressou à Madeira para estabelecer o primeiro centro de realidade virtual da região.
“O nosso objetivo nunca foi apenas o de comprar equipamentos e colocá-los em funcionamento. A nossa intenção sempre foi desenvolver novas experiências e oferecer um produto turístico personalizado”, explica. Para isso, juntaram-se aos especialistas como o Madeira Interactive Technologies Institute (M-ITI) e a Universidade de Aveiro, com quem colaboraram para, com acesso a inúmeros equipamentos e câmaras, gravarem alguns dos mais belos cenários do arquipélago — tudo para usar como pano de fundo.
As experiências variam entre vídeos e CGI, permitindo uma apresentação diversificada e inovadora. Assim, os visitantes têm a oportunidade de perceber as diferentes abordagens e as amplas potencialidades que estes momentos imersivos oferecem.
Atualmente existem três grandes experiências disponíveis. Desde logo uma onde o visitante se coloca (virtualmente, está claro) num parapente que percorre as paisagens reais da Madeira a 360 graus e que oferece uma “imersão completa”.
Deixando para trás as imagens reais, a viagem de balão promete um mundo criado em CGI e totalmente interativo, que convida os visitantes a participarem numa aventura pela história da Madeira, sempre com alguns obstáculos e tarefas pelo caminho.
“A pessoa entra mesmo no cesto de um balão que sobe cerca de 15 centímetros, mas a perceção que se tem é a de que ele está a voar a 150 metros de altitude”, explica. A terceira viagem leva os visitantes ao fundo do mar para interagir com os elementos e os animais, entre outros pequenos momentos da visita que tem uma duração que pode ir dos 45 minutos a uma hora.
O centro, instalado a poucos quilómetros do Funchal, não quer que as visitas sejam únicas e, para isso, trabalham já em novas experiências. Os bilhetes estão disponíveis online, com um custo de 14€. Os jovens entre os dez e os 17 pagam 10€ e a viagem é gratuita para os menores de nove anos.
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