Na cidade

Novo estudo mostra que 86% dos portugueses querem semana de trabalho de 4 dias

O inquérito da Coverflex, startup que opera na área dos benefícios aos trabalhadores, contou com mais de 1400 participantes.
É algo que muitos portugueses ambicionam.

As semanas de trabalho com apenas quatro dias já se estão a popularizar pela Europa. Em Portugal, o governo já começa a discutir esta ideia, pretendendo implementar um modelo de teste em 2023. Esta decisão é bastante apoiada pelos portugueses. Segundo um estudo da Coverflex, uma startup que opera na área dos benefícios aos trabalhadores, 86 por cento dos 1.438 inquiridos referiu que gostava de ter uma semana de trabalho reduzida.

Além disso, 62,1 por cento gostariam que as 40 horas obrigatórias de trabalho fossem concentradas em apenas quatro dias. Já 23,9 por cento mostraram interesse em semanas de 32 horas, mesmo que isso implicasse um corte nos salários. Dos inquiridos, apenas 14 por cento preferiram que nada fosse alterado.

O estudo da Coverflex foi realizado entre 14 de setembro e 4 de outubro. 46,5 por cento dos questionados têm idades compreendidas entre os 25 e os 34 anos. 51,1 por cento são do sexo feminino e, na sua maioria, da região de Lisboa (41,7 por cento). São principalmente trabalhadores na área das Tecnologias de Informação e Desenvolvimento de Software, podendo então não representar completamente a sociedade portuguesa.

Após a pandemia, houve um aumento no modelo de trabalho híbrido (ou seja, dividido entre teletrabalho e presencial). 47,1 por cento dos inquiridos segue este modelo. 29,5 por cento tem apenas regime presencial e 23,4 por cento remoto. Os funcionários entre os 55 e os 64 anos são aqueles que mais trabalham presencialmente. Houve um aumento no regime presencial face ao ano passado — passou de 20,3 por cento para 29,5 por cento.

É em Lisboa que o modelo híbrido é mais popular. Segundo o estudo, 57,6 por cento da população inquirida segue este estilo de trabalho. A dimensão das empresas para as quais trabalham também tem um impacto no regime escolhido. “Mais de quatro em cada dez colaboradores a trabalhar em equipa de 1 a 10 colaboradores trabalham a partir do escritório da empresa. Esta percentagem vai diminuindo na proporção do aumento da dimensão da equipa”, acrescenta o estudo. Apenas 26,5 por cento dos trabalhadores em empresas com mais de 500 funcionários trabalham presencialmente.

A Coverflex adianta que apesar de um terço dos inquiridos trabalhar em regime remoto, 76,2 por cento dos mesmos não recebe qualquer apoio por trabalharem fora do escritório. “Considerando os cerca de 20 por cento que têm, no seu pacote de compensação, um budget para trabalho híbrido ou remoto, a maioria afirma ter um orçamento anual de até 250€ para o efeito. Apenas 17 participantes neste estudo dizem ter mil euros ou mais de orçamento anual para despesas relacionadas com o trabalho fora do escritório”.

O estudo também teve em atenção a atual diversidade no mercado de trabalho. Os homens representam entre 50 a 75 por cento dos colaboradores das empresas onde trabalham — ou seja, apenas cerca de 30 por cento dos funcionários são mulheres.

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