na cidade
O novo espaço de cowork de Lisboa tem um rooftop e gelados da Santini
O LACS tem mais de cinco mil metros quadrados e quer que os empresários trabalhem ao lado de artistas.

Foto de Cláudio Parada Nunes
Passar o dia no escritório das nove às cinco é coisa do passado. O que não falta, nos dias que correm, são espaços onde pode trabalhar sem ter de passar horas de seguida enfiado numa sala a olhar para o monitor.
Para todos aqueles que querem deixar de ser eremitas num futuro próximo, está prestes a abrir um espaço em Lisboa que associa criatividade a coworking, artes plásticas e até novas tecnologias, onde pode partilhar o mesmo espaço com pessoas de várias empresas. Chama-se LACS, Lisbon Arts Communication & Studios, foi pensado por quatro empresários portugueses e vai começar a funcionar já a partir de 15 de março na zona de Santos, em Lisboa.
João Lopes Raimundo é empresário, está ligado ao Montepio Geral, fez um curso de Arte Contemporânea no MoMa, em Nova Iorque, e além de ser colecionador de arte é um dos quatros sócios responsável pelo projeto, que começou a ganhar forma há cerca de dois anos. Juntaram-se Filipe Botton, da Logo-Plaste, Gustavo Brito, arquiteto e fundador do Santos Design District, e Miguel Rodrigues.
“Somos um espaço de cowork especializado para as indústrias criativas, o que por si só já é algo diferente em Portugal”, conta João Raimundo à NiT. “Mas o mais diferenciador é o nosso vetor de divulgação cultural.”
Segundo o empresário, este espaço vai ser diferente de tudo o que existe na cidade. Vai ter quatro pisos — cada um com aproximadamente mil metros quadrados — onde vai existir um espaço de coworking mas também uma zona para apresentar trabalhos de vários artistas nacionais e internacionais. Segundo conta à NiT, a ideia é apostar nas novas tecnologias para expôr estes trabalhos, evitando assim o gasto de recursos como o papel.
“A arte digital é muito sustentável, não estamos a deitar árvores abaixo para fazer papel, e a arte digital é muito importante para nós. Não nos vamos especializar só em pintura e escultura, porque queremos agregar várias forças e impulsionar as artes contemporâneas e os trabalhos não só de artistas nacionais mas também de internacionais.”

Ainda está em obras, mas luz não vai faltar
O edifício, que fica no Cais da Rocha do Conde D’Óbidos, foi em tempos o espaço onde ficavam as cantinas e os balneários da Associação do Porto de Lisboa. Este espaço, que estava inutilizado há mais de 20 anos, foi encontrado por um dos sócios, Miguel Rodrigues, que percebeu a potencialidade daquela zona para criar um projeto deste estilo.
“Temos aqui perto o MAAT e o Museu de Arte Antiga. Esta é também uma zona simbólica da cultura lisboeta e um local atrativo para os jovens. Além disso, temos o rio Tejo que, como sabemos, é um símbolo da descoberta. É uma região muito inspiradora, por si só”, explica João Raimundo.
O fundador explica ainda que este não é um espaço comum de coworking como o que existe em Benfica, no reabilitado Palácio Baldaya. Aqui, os escritórios não são fixos, embora algumas empresas possam criar o seu próprio espaço permanente de trabalho para que os criativos possam pensar e estudar ideias para o futuro. Algumas já estão definidas, como a EDP Inovação ou o Rock in Rio, mas ainda há muitos lugares disponíveis. Ao todo, espera-se que trabalhem neste edifício 550 pessoas.
“Esta é uma zona muito simbólica da cultura lisboeta, é uma região muito inspiradora”
Outra novidade é a oportunidade de convívio. No último andar há um rooftop com cerca de mil metros quadrados onde vai funcionar um bar, um restaurante e vai ainda haver um espaço dedicado à marca de gelados italiana Santini no piso 0. Há muito espaço ao ar livre para descansar, aproveitar a vista para a cidade e, quem sabe, trocar ideias com criativos de outros empresas que trabalhem no LACS.
Além disso, todos os colaboradores podem usufruir gratuitamente de um espaço onde pode fazer yoga e ainda utilizar balneários e cacifos. Importa ainda referir, para os workaholics desse mundo fora, que este espaço criativo está aberto todos os dias do ano, 24 horas por dia, para todos os membros. Quanto aos visitantes, também são bem-vindos, mas só para irem à galeria de arte e ao rooftop.
Se quiser trabalhar neste espaço, existem várias formas de se associar ao cluster criativo, consoante o tipo de escritório pretendido e o plano que escolher. O mais barato é o FLEX Membership, que custa 120€ por mês, e o mais caro é o Private Studio, por 220€. Se quiser, pode alugar mais do que um espaço ao mesmo tempo. Todos os valores de renda incluem os serviços básicos, bem como acesso a rede wi-fi, sistema de segurança, receção e limpeza.
Para trabalhar neste espaço, pode candidatar-se através do site do LACS, fazendo uma breve apresentação da empresa.