Na cidade

O roteiro que ninguém pode perder pela maravilhosa Ria Formosa

A fotógrafa Isabel Saldanha é a viajante do projeto "Aveleda Acompanha", que leva os leitores a quatro regiões do País. Leia a sua crónica.
Uma paisagem imperdível.

De um piquenique ao restaurante mais glamoroso, a combinação da comida com um bom vinho é sempre essencial. Aliar os dois à fotografia permite-nos ter mais tarde uma viagem ao passado repleta de aromas que não esquecemos. Este é o intuito da iniciativa Aveleda Acompanha que, pelas imagens e palavras da fotógrafa Isabel Saldanha, leva os leitores a conhecer cantos e sabores que não podem perder em Portugal. A influenciadora vai descobrir ou relembrar momentos em quatro regiões. A Ria Formosa é o primeiro destino desta viagem.

Em Tavira, a regra é simples: repetir em loop até ser velhinha o passeio pela ria e descer o rio Gilão até à Ria Formosa. Avistar as salinas, os flamingos, o antigo Arraial e o Forte. A vista da Cacela Velha, as salinas rosas e as tascas de ostras e lingueirão e o polvo de Santa Luzia, que é outra religião. Quem me tira o estômago, tira-me a alma. E esta terra não é um enfeite, é um deleite dos sentidos, uma diversão para o palato, uma alma em permanente digestão.

E, já que aqui estamos, é deixarmo-nos ir ao barlavento, que os algarvios fugidios sabem bem quando dizem que “atrás de tempo, tempo vem”.

De Tavira a Olhão são 23 quilómetros. Havendo pernas, faz-se a pé, passeando pelas bordas da Ria Formosa, parando para petiscos e mergulhos. Para animarmos a alma, recomendo que invista o seu tempo na Fuseta, a passear no areal deserto ou a dar mergulhos num postal azul, ao mesmo tempo que agradecemos a nossa existência e imaginação.

Outra dica essencial: nunca dar por garantida a paisagem, sem fazer a viagem humana ao Mercado de Olhão. A pesca foi desde sempre o principal meio de subsistência desta população. São algarvios duros, como as conchas dos bivalves, e doces como a massa pão. E que nunca nos falte a fome, porque aqui não faltam ofertas: no Pitéu da Baixa Mar, ainda em Olhão, nada como provar o típico arroz de lingueirão, xarém com conquilhas ou com camarão e amêijoas, enquanto no restaurante O Horta, na mesma cidade, pode optar pela raia alhada, linguadinhos para fritar, açorda de marisco e mais não digo porque me explode o umbigo.

No final, ou antes ou depois, é obrigatório apanhar o barco até às Ilhas do Farol e da Culatra. Para se deslocar, existem diversos serviços, com horários regulares, começando pela ligação direta às ilhas (5€ por pessoa) até tours mais prolongadas para descobrir a natureza local a partir da embarcação (com preços a partir de 30€).

Aproveite para passear sem pressa, numa ilha sem carros, cheia de apontamentos e flores. Invejar quem lá tem casa, mergulhar à direita e à esquerda, esperar pelo por do sol, marcar uma mesa num restaurante à beira-mar e elogiar a calmia, ao mesmo tempo que suspiramos por um sítio onde ficar.

E deixar que a noite chegue, para olhar para o céu estrelado e ver a linha horizontal do farol, como a mão de luz de uma mãe atenta, a passar a mão na cabeça dos filhos e a abençoar mais um “amanhã”. No final, só falta guardar na manga da volta o provérbio algarvio — que tão bem condiz com este fado vivido: “No Algarve, do mar a mesa; da serra a sobremesa”.

Carregue na galeria para conhecer mais alguns detalhes sobre este roteiro Aveleda Acompanha, preparado pela influencer Isabel Saldanha.

Este artigo foi escrito em parceria com a Aveleda.

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