Sempre que acontecem chuvas de estrelas a sugestão é normalmente para que se afaste o mais possível da cidade, fuja das luzes e até procure um turismo rural. Agora ninguém o pode fazer, mas nem por isso fica impedido de ter acesso às maravilhas da natureza, literalmente a partir de sua casa. Desta vez, prepare o seu recanto preferido da varanda, jardim ou terraço, escolha o ângulo certo da janela e carregue a bateria do telemóvel: vem aí mais uma chuva de estrelas.
Segundo o Observatório Astronómico de Lisboa (OAL), em meados de abril deste ano começaram as Líridas ou chuvas de meteoros. São uns dos enxames de estrelas mais antigos de entre os vistos e registados pelo homem, embora sejam também dos de intensidade menor; e têm uma visibilidade de 10 dias (entre 14 e 30 de abril, o que quer dizer que o evento já começou).
Pode assim, nas próximas noites, ir tentando a sua sorte à janela; mas segundo adianta este organismo, o pico desta chuva de meteoros ocorre às oito horas de Portugal de dia 22 de abril, ou seja próxima quarta-feira. Embora coincida com a manhã já alta, consegue ver estrelas se se concentrar na noite anterior: 21, sobretudo na madrugada de 22.
Isto porque como esta constelação só começa a nascer depois da meia-noite a nordeste, as observações deverão iniciar-se na segunda metade da noite de quarta-feira.
As estrelas cadentes são causadas por pequenas partículas de poeira chamadas meteoros, ao colidir com a atmosfera da Terra. O observatório adianta que as Líridas são conhecidas desde os tempos antigos, pois há registos chineses antigos deste enxame de 687 a.C, quando cronistas relataram que “as estrelas caiem como chuva”.
O nome desta chuva de meteoros resulta dos traços das suas estrelas cadentes nos parecerem sair dum ponto da constelação da Lira. Este ano, a lua ajuda à observação pois não estará cheia, criando um céu mais escuro.
A “Travel + Leisure” adianta ainda que as Líridas geralmente produzem de 10 a 20 estrelas cadentes por hora, e cada uma voa a cerca de 50 quilómetros por segundo.
Também de acordo com o OAL, ainda em abril e maio a Terra cruza a órbita do cometa 1P/Halley e os restos deste cometa são responsáveis pela chuva de meteoros das Aquáridas. A sua atividade decorre entre 19 de abril a 28 de maio. Será muito difícil observar as Aquáridas, pois esta constelação só começa a nascer depois das seis horas da manhã, mas nunca se sabe: pode ter sorte no momento que olha para cima e ver uma estrela cadente.