Esta terça-feira, 17 de janeiro, o Conselho de Supervisão da Meta, a empresa que detém o Facebook, o Instagram e o WhatsApp, anunciou que as suas plataformas vão deixar de censurar fotografias nas quais mulheres e pessoas que se identificam como trans e não-binárias mostram os mamilos. Até agora, as redes sociais apenas permitem imagens de homens com o peito descoberto.
Os membros do Conselho consideraram que aquilo que é visto como nudez tem por base uma visão binária do género, pelo que não está claro quais as regras que se aplicam a pessoas que não se incluam no binário de género masculino ou feminino.
A conclusão surgiu depois de este Conselho analisar duas publicações de um casal sobre os cuidados de saúde após cirurgias de redesignação sexual. Estas continham imagens do par com os mamilos cobertos e redirecionavam os leitores para um site de angariação de fundos, visto que um dos membros ia ser submetido a uma intervenção para remoção dos seios. As partilhas foram retiradas depois de uma série de alertas automáticos da Meta, que, até agora, só permite mostrar mamilos femininos em circunstâncias específicas, nomeadamente quando estão em causa mulheres a amamentar, pinturas ou esculturas.
A Meta repôs as fotos por os mamilos estarem cobertos e disse que a remoção se deveu a um erro. Assume, agora, que as regras em vigor são difíceis de implementar.
“[Neste caso] as restrições e exceções às regras sobre mamilos femininos são extensas e confusas, particularmente porque se aplicam a pessoas transgénero e não-binárias”, defende o Conselho de Supervisão.
Os responsáveis acrescentam que a política em vigor “cria confusão para os utilizadores e moderadores”, fazendo com que o conteúdo “seja erroneamente removido”, pelo que a Meta deve “alterar as suas normas comunitárias sobre nudez adulta e atividade sexual para que sejam regidas por critérios claros que respeitam as normas internacionais de direitos humanos”.