O cenário está cada vez mais negro para quem tencionar comprar uma casa em Portugal. Só em 2022, os preços subiram 18,7 por cento, o que significa o maior aumento em 30 anos, segundo o Índice de Preços Residenciais da Confidencial Imobiliário, divulgado esta terça-feira, 24 de janeiro.
Desde 1991 — ano em que os valores por metro quadrado subiram 18,8 por cento —, que não se assistia a uma ascensão tão significativa. A escalada dos preços começou a ser sentida em 2017, quando os valores registados em 2016 duplicaram. Nos anos anteriores à Covid-19, em 2018 e 2019, registou-se uma subida de 15,4 e 15,8 por cento, respetivamente. Contudo, esse ciclo acabou por ser interrompido no ano seguinte.
Durante a pandemia, “os preços de venda da habitação terminaram o ano com um crescimento mais moderado, de 4,8 por cento”, revela o relatório da Confidencial Imobiliário. Em 2021, registou-se um crescimento de 12,2 por cento, uma progressão ascendente que teve continuidade em 2022 — mas nem tudo são más notícias.
Apesar de se ter assistido a uma aceleração dos preços na primeira metade do ano passado, com sucessivas subidas mensais médias de quase dois por cento, de julho de 2022 em diante registou-se um “arrefecimento das variações mensais” — e foram, por duas vezes, inferiores a um por cento. Em Setembro de 2022 a variação mensal registada foi negativa.
Para 2023, os especialistas acreditam que poderá existir uma redução da variação ascendente dos valores, mas não se espera uma queda das preços das casas.