Já não é segredo para ninguém que a ilha de São Miguel, nos Açores, esconde algumas das maravilhas naturais mais bonitas de Portugal — e do mundo. As paisagens verdejantes, as florestas místicas e as praias de areia vulcânicas fazem deste pedaço de terra um autêntico paraíso, que consegue surpreender-nos mesmo quando já não estamos à espera.
Apesar da Lagoa das Sete Cidades ser uma das mais conhecidas, há tantos outros recantos que vale a conhecer na maior ilha dos Açores. É o caso da paradisíaca Lagoa do Canário, situada no interior do Parque Florestal da Mata do Canário. Com flora endémica típica da Macaronésia, é sem dúvida uma das paisagens mais fascinantes de São Miguel.
Sinónimo de paz, este ponto está a 800 metros acima do nível do mar e destaca-se pelas tonalidades azuis, que contrastam perfeitamente com o bosque verdejante e repleto de hortênsias. A sua origem está relacionada com os fenómenos vulcânicos ocorridos no passado.
O surgimento desta paisagem que parece cenário de conto fadas aconteceu devido a uma cratera vulcânica formada no local, segundo a empresa Futurismo, líder em turismo de aventura no arquipélago. A riqueza botânica de grande valor histórico e científico fez com que a região fosse classificada pela Governo dos Açores como Zona de Paisagem Protegida.
Envolta em mistério, há quem diga que a sua silhueta desenhada pelas árvores se assemelha ao olho de um pássaro. “A humidade costuma ser tão grande que, ao juntar-se com as nuvens baixas ali presentes, forma uma espécie de chuva dentro da vegetação, conhecida também como a Bruma dos Açores”, lê-se no site “byAçores.
Apesar da altitude, o acesso e relativamente fácil. Basta deixar o carro no exterior do parque e seguir o trajeto, que demora menos de dois minutos. No parque há ainda espaço e áreas destinadas a merendas, com mesas, cadeiras e zona de churrasco.
Ao visitar a Lagoa do Canário, não pode deixar de conhecer também o Muro das Nove Janelas, um aqueduto construído entre os séculos XVII e XVIII. A obra, atualmente considerada património de valor histórico, foi construída para combater a escassez de água que se fazia sentir naquela água. Em tempos, o aqueduto captava a água na zona da lagoa para ser posteriormente distribuída pelas freguesias circundantes.
Outro destaque é o Miradouro da Grota do Inferno, um dos mais conhecidos da ilha — e é fácil perceber porquê. Naquele local, a 730 metros de altitude, é possível avistar, ao mesmo tempo, a Lagoa das Sete Cidades, a Lagoa Rasa, a Lagoa do Canário e a Lagoa de Santiago.
Para aqueles que não resistem a uma boa caminhada, há um percurso que passa pelos tesouros mais bem guardados da serra. Chama-se trilho da Serra da Devassa (PR5 São Miguel) e estende-se ao longo de nove quilómetros.
Tudo começa no parque de estacionamento junto à Lagoa do Canário, de onde partirá para o Miradouro da Grota do Inferno. São pouco mais de 10 minutos a pé. O trilho continua depois para a lagoa que faz lembrar o olho de pássaro e segue-se uma zona pantanosa, onde vai poder apreciar a vista para a Ribeira Grande, uma das cidades de São Miguel.
No miradouro do Pico das Éguas, é possível visitar a Lagoa das Éguas e a Lagoa Rasa, ambas rodeadas por florestas e plantações.
Após passar pelo miradouro do Pico do Paúl chegará à Lagoa das Empadadas, que está dividida em dois lençóis de água separadas apenas por uma faixa de terra. Este é o último destino do percurso: depois, é só fazer o caminho contrário e voltar ao ponto de partida.
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