Na cidade

Depois da destruição dos incêndios, os Passadiços do Paiva voltam a abrir ao público

A inauguração acontece sete meses após os incêndios. A Páscoa é uma das épocas de maior procura, segundo a autarquia.

Os Passadiços do Paiva, em Arouca, reabriram na totalidade esta quarta-feira, 16 de abril, na extensão total de oito quilómetros. A inauguração acontece três meses após o início das obras para recuperar o percurso que foi consumido pelas chamadas, na sequência de um incêndio que deflagrou em setembro do ano passado.

Apesar da empreitada, que também envolveu a substituição de corrimões e a limpeza de outros elementos afetados, a intervenção continua. Mantêm-se na estrutura, segundo a autarquia, pequenos trabalhos e arranjos, para “conclusão cabal da reconstrução do troço ardido até final de abril”.

Contudo, uma das prioridades era reabrir os passadiços nesta época do ano. “É com enorme satisfação que conseguimos ter a funcionar as duas entradas do percurso a tempo da Páscoa, que é uma das épocas de maior procura do nosso território”, garante a Câmara Municipal de Arouca.

A Carmo Wood, responsável pela construção original, em 2015, foi novamente selecionada pela autarquia para assegurar a reconstrução dessa parte do troço. A empresa portuguesa, líder europeia em madeira tratada, iniciou as obras em janeiro, com um custo superior a 210 mil euros.

A intervenção abrange 260 metros do passadiço convencional, distribuídos por três secções, e 600 metros de escadas, também em três secções, incluindo degraus, corrimãos e ligações às partes preservadas. Os trabalhos incluem a substituição de partes queimadas do passadiço e escadas e a limpeza da zona afetada, assegurando a segurança e a preservação ambiental da área envolvente.

“Os acontecimentos de setembro de 2024, como infelizmente os de tantos outros anos, lembram-nos que até as infraestruturas mais emblemáticas são vulneráveis quando a proteção ambiental é descurada. Portugal deve cuidar e proteger as suas florestas com o mesmo empenho com que protege os seus monumentos históricos e culturais”, afirma João Figueiredo, diretor-executivo da empresa.

Os Passadiços do Paiva estendem-se por 8,7 quilómetros, rodeados de “natureza selvagem” que acolhe várias espécies em risco de extinção na Europa, na margem esquerda do Rio Paiva, numa área conhecida como a Garganta do Paiva. O trajeto, no concelho de Arouca, no distrito de Aveiro, é um dos favoritos de muitos portugueses e também estrangeiros.

O percurso atravessa pontes suspensas, pequenos lagos formados nas rochas e passa pelas praias fluviais do Areinho e de Espiunca, e entre estas duas, a praia do Vau.

Inaugurados em junho de 2015, os Passadiços do Paiva têm tido um trajeto algo atribulado: a 11 de agosto de 2016, um incêndio devastou um troço de 700 metros. O incidente levou ao encerramento de metade do trilho (de oito quilómetros passou para quatro) durante vários meses. Em setembro de 2015, na sequência de outro fogo florestal, já haviam sido destruídos 600 metros.

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