Terão passado há cerca de 195 milhões de anos por ali. As pegadas de dinossauros que foram descobertas em Alvaiázere, no distrito de Leiria, já são as mais antigas da Península Ibérica, segundo um estudo científico divulgado esta sexta-feira, 29 de setembro.
A descoberta permitiu ainda identificar uma nova espécie do animal, que desapareceu há cerca de 66 milhões de anos. Chama-se “moyenisauropus lusitanicus” e permite “ampliar conhecimento acerca da diversidade de dinossauros e outros vertebrados”, de acordo com um comunicado do Centro Português de Geo-História e Pré-História (CPGP) e do Instituto Politécnico de Tomar.
As primeiras pegadas foram descobertas em 2006, por João Forte, um dos autores do artigo publicado. Na altura, eram apenas quatro marcas na laje calcária que, com o decorrer dos trabalhos de campo, a partir de julho de 2022, se tornaram em 17 pistas identificadas daquele período.
Este registo é, atualmente, a mais antiga ocorrência de dinossauros na Península Ibérica. Até agora, o título pertencia aos vestígios de Saurópodes, encontrados na Pedreira da Galinha, na Serra de Aire, com cerca de 170 milhões de anos.
“O registo fóssil do Jurássico Inferior na Península Ibérica é escasso, constituindo-se assim este trabalho como um importante contributo para o conhecimento sobre os dinossauros do Jurássico Inferior a nível internacional e para a reconstituição paleogeográfica e paleobiológica do Sinemuriano de Portugal”, conclui o GPGP, citado pelo “Público”.