“Queremos oferecer a autonomia, liberdade e segurança de que todas nós, mulheres, precisamos.” É desta forma que Mónica Faneco resume a missão da Pinker, uma plataforma digital de mobilidade. O objetivo é oferecer o mesmo tipo de serviços de empresas como a Uber e a Bolt, mas com uma diferença significativa: focado exclusivamente no sexo feminino, das motoristas às passageiras.
A fundadora, de 48 anos, idealizou o projeto após uma conversa com amigas, durante a qual partilharam experiências negativas com serviços semelhantes. “Decidi criar uma alternativa prática e distinta para as mulheres. Pesquisei como poderia concretizar essa ideia e tudo começou a partir daí”, relata à NiT.
O nome “Pinker” foi escolhido por sua associação com a cor mais representativa do público feminino: o rosa. As últimas duas letras do nome referem-se ao inglês “her” (ela), o que reforça a identidade e a missão da plataforma.
Inicialmente, a Pinker funcionará apenas em Lisboa, mas a intenção é expandir para outras regiões do país. “Segundo o nosso estudo de mercado, a maioria das clientes deste tipo de serviços são mulheres. Quero formar uma comunidade onde todas se sintam confortáveis e seguras”, explica Mónica Faneco.
Esta “revolução da mobilidade exclusivamente feminina” surge num momento em que a fundadora reconhece a necessidade de uma alternativa segura. “Como mãe e mulher, vejo que é essencial garantir um espaço seguro. Além das minhas filhas, desejo que todas possam se deslocar sem medo.”
A operação será realizada por meio de uma aplicação gratuita. As utilizadoras terão apenas de selecionar o destino e chamar uma condutora para serem levadas ao local desejado. Nos primeiros meses, as opções de uso serão limitadas, mas estão previstas novas funcionalidades, que abrangem diversas categorias de serviços, que serão lançadas dois meses após o início das operações.
Atualmente, a plataforma conta com cerca de 2000 motoristas prontas para dar resposta aos pedidos em Lisboa. “Já estamos registadas e certificadas na Europa, o que nos permitirá expandir para novos mercados no futuro. Estaremos onde as mulheres pedirem”, assegura a fundadora.
Mónica Faneco esclarece que os preços praticados serão semelhantes aos de outras plataformas existentes, mas com um diferencial: “Vamos valorizar mais as motoristas, garantindo que elas sejam melhor recompensadas.” Para se tornar condutora da Pinker, é necessário ser mulher, possuir uma licença válida para conduzir veículos de transporte (TVDE) e ter experiência de condução segura.
No site da Pinker, é possível fazer a pré-inscrição para ser uma das primeiras a receber informações e instruções sobre como utilizar o serviço assim que ele estiver disponível.