A Ponte 25 de Abril tem risco daquilo que se podem chamar de pequenos colapsos, mas não de um colapso geral. O relatório do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC), explicado esta quarta-feira no Parlamento, garante que a estrutura não está em risco de ruir, mas precisa de obras num curto prazo ou então de reduzir urgentemente o tráfego ferroviário, para que a situação não piore.
O presidente do LNEC foi ouvido esta quarta-feira, 11 de abril, na Comissão Parlamentar de Economia, Inovação e Obras Públicas. Os pedidos da audição vieram do CDS-PP, do PCP e do PSD, depois de notícias sobre a existência de um relatório do LNEC relativo à necessidade de intervenções na Ponte 25 de Abril.
Citado pelo Diário da Região, Carlos Pina garantiu que a estrutura não está em risco de colapso, apesar de a palavra “colapso” ter sido usada no relatório. “A palavra ‘colapso’ é utilizada em termos de engenharia em vários contextos. Na Ponte 25 de Abril já se verificou o colapso nas zonas que têm as fissuras. Pontualmente, nas zonas onde tem fissuras, já entrou em colapso. Aquilo que é referenciado neste relatório é que, além da situação pontual, pode ocorrer o colapso de algum elemento estrutural: um conjunto de pontos, uma chapa de aço que está colocada em cima de uma viga. É esse o colapso que está referenciado naquele parágrafo, onde é utilizada esta palavra”, explicou.
O LNEC adianta que apesar do primeiro projeto da ponte, em 1966, já prever que a infraestrutura fosse reforçada para o tráfego ferroviário, a passagem diária de comboios tem representado um esforço. Caso as obras não se iniciem num “curto prazo”, terão de ser adotadas “medidas de mitigação, como a redução do tráfego ferroviário”.
O cronograma do LNEC prevê um ano para se iniciarem os trabalhos e dois para eles acontecerem, pelo que um total de três anos, “talvez um pouco mais se atrasarem um pouco as obras”. “Mas nessa altura já foram resolvidas as zonas mais gravosas”, garantiu Carlos Pina.
No início de março foi anunciado que a Ponte 25 de Abril vai ter obras profundas, precisamente devido aos problemas identificados pelo relatório do LNEC. O conjunto de intervenções, que vão custar 18 milhões de euros, estão para já à espera do concurso público internacional de adjudicação.