A adesão à greve dos maquinistas da CP está a ser praticamente total. Até às seis da manhã, estavam previstos 70 comboios — nem sequer um fez a respetiva viagem. “A greve está a decorrer dentro dos parâmetros que nós estávamos a prever. Não há qualquer comboio a circular neste momento. A paralisação é total”, disse à Agência Lusa, citado pelo “Correio da Manhã”, António Domingues, do Sindicato Nacional dos Maquinistas dos Caminhos de Ferro Portugueses.
Até às oito horas realizaram-se apenas dois por cento das viagens — só quatro comboios é que circularam nesta quinta-feira, 9 de fevereiro. Dos 252 comboios previstos, foram suprimidos 248, revela o jornal “Público”.
As perturbações começaram a sentir-se na quarta-feira e vão prolongar-se até sexta-feira. A partir de sábado, e até 17 de fevereiro, a paralisação será menor — na ordem dos 30 por cento, adianta António Domingues.
“Entre os dias 17 e 21 a greve abrange os comboios históricos e por isso não terá qualquer reflexo nos comboios de passageiros”, acrescentou. “Os motivos são os mesmos de sempre. Há uma componente que tem a ver com o salário. A proposta da empresa/tutela é muito aquém do que o que foi a inflação registada em 2022. É menos de metade. Significa que há cortes no salário real, não são cortes diretos, nominais, mas indiretos, nalguns casos superiores aos que existiram durante a ‘troika’ e isso nós não aceitamos.”
“Depois há as situações que dizem respeito à empresa, condições de trabalho, nas instalações sociais, nas cabines de condução, queremos um efetivo protocolo de acompanhamento aos maquinistas que são envolvidos nos acidentes, nas colhidas em via, atropelamentos. As questões de segurança nos parques de material, situações que a empresa tarda em resolver”, disse ainda o sindicalista.
Esta quinta-feira há ainda uma greve dos trabalhadores da Infraestruturas de Portugal (IP).