A região da Beira Baixa, rica em história, beleza natural e encanto rural, é indiscutivelmente um autêntico museu ao ar livre. Com uma vasta rede de trilhos, aldeias que nos transportam para tempos passados e belezas naturais a cada esquina, é um destino que merece ser explorado em qualquer época do ano.
Durante o verão, as praias fluviais assumem o protagonismo para enfrentar as temperaturas que podem ultrapassar os 40 graus. Uma das mais populares localiza-se em Oleiros, descrita como a “vila que perdura desde a Idade Média, testemunho de um passado que é fundamental restituir, documentar e delimitar”, segundo o Turismo Centro Portugal.
Além dos famosos Passadiços do Orvalho, que levam a uma das mais belas cascatas da Beira Baixa — a Cascata da Fraga de Água d’Alta —, a praia fluvial do Açude Pinto é um dos locais mais concorridos nos dias quentes.
Situada na ribeira de Oleiros, afluente do Zêzere, a adaptação para a prática balnear começou em 1996 e tem sido alvo de melhorias frequentes. A estrutura distingue-se pelas duas piscinas naturais (uma para miúdos e outra mais profunda para adultos), separadas por uma cascata artificial.
“A praia, concebida em formato de piscina fluvial, tem as margens definidas por muros com vários corrimões que facilitam o acesso à água”, destaca o Guia das Praias Fluviais. Aproveitando de forma exemplar a ribeira de Oleiros e as suas margens, a área oferece todas as infraestruturas indispensáveis para banhos e mergulho, longe do bulício das grandes cidades.
Com muitas sombras e uma vasta área relvada, a praia fluvial também dispõe de um espaço para solário, espreguiçadeiras, parque de merendas e grelhadores, mesas de piquenique, balneários, esplanada e vigilância durante a época balnear. Os mais novos podem divertir-se no parque infantil ou no campo de voleibol de praia. Durante a temporada balnear, há ainda um calendário de atividades variadas, incluindo insufláveis, aulas de ginástica ao ar livre e dança.
Integrada no programa “Praia Acessível ‒ Praia Para Todos”, destaca-se pela sua acessibilidade para utentes com mobilidade condicionada. Também foi, pelo quarto ano consecutivo, galardoada com a Bandeira Azul pela Associação Bandeira Azul de Ambiente e Educação (ABBAE). É também uma das zonas balneares em Portugal onde se encontram cinzeiros de praia.
Para aqueles que pretendem explorar a região durante mais tempo, o parque de campismo nas proximidades da praia fluvial é uma excelente opção. O Camping Oleiros
é um espaço que agrada a todos: os que gostam de estar em comunhão com a natureza podem acampar na área de campismo e dormir sob as estrelas, ouvindo o suave murmúrio da água.
Por outro lado, aqueles que não apreciam dormir em tendas têm à disposição opções originais, como os bungalows e as “pequenas habitações de madeira, semelhantes às casas dos hobbits”, equipadas com kitchenette e cama de casal. Da varanda é possível admirar a vista privilegiada sobre a praia fluvial.
Os preços para acampar com a própria tenda começam nos 3,30€. No que toca às estadias nas casas hobbit ou bungalows, os valores aproximam-se dos 80€ por noite. As reservas podem ser efetuadas online.
Nas imediações da praia e do parque de campismo, realizam-se passeios pedestres e ações culturais. Na ribeira, encontra-se a “Moon Gate”, uma instalação artística inaugurada em 2020, caracterizada por uma estrutura suspensa, iluminada e de tons vulcânicos, que pertence ao projeto “Landscape Together”.
A cerca de 20 minutos de carro da praia fluvial, situa-se o Miradouro do Zebro, na serra do Moradalar, inaugurado a 25 de abril. Assinado pelo arquiteto Siza Vieira, a plataforma circular, com 15 metros de diâmetro, foi erguida a 30 metros do solo, posicionado na rocha já existente.
“É o único miradouro concebido por Siza Vieira em todo o mundo e está localizado em Oleiros. É um projeto de grande relevância para o concelho, especialmente sob a perspetiva turística, mas também em termos de embelezamento paisagístico, que já possui um potencial tremendo”, realça o ex-presidente da câmara municipal, Fernando Jorge.
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