Imagine-se no meio da natureza, envolvido por luzes e cores, enquanto ouve o som da chuva de fundo — um espaço relaxante e mágico, onde não queremos ter pressa. É precisamente isso que vai sentir dentro da instalação sensorial “Rainlight”, que já pode visitar gratuitamente no Amoreiras Shopping Center, em Lisboa.
“Eu nunca quero sair da sala. Quero ficar lá a meditar, fazer yoga. Ficamos num estado meditativo, queremos deixar-nos imergir”, conta Irma de Vries, a artista neerlandesa que criou esta experiência onde espelhos, luzes coloridas e o som da chuva nos levam para outro universo.
Aqui o objetivo é mesmo desligar e que os visitantes se deixem levar pelas sensações. Além disso, é também um spot altamente instagramável.
“Esta ideia nasceu durante a pandemia, um período em que muitos enfrentaram sentimentos de depressão. Queríamos explorar o que realmente nos traz felicidade e, assim, investigámos melhor o conceito científico dos iões negativos. Esses iões, encontrados no mar e em cascatas, emergem após uma tempestade, quando o ar fica repleto de minúsculas partículas carregadas que curam sutilmente nossas mentes”, conta a artista fundadora do Studio Irma.
“É fascinante como esses elementos naturais podem influenciar o nosso bem-estar”, partilha a artista neerlandesa, um projeto inovador que une arte e tecnologia e que, pela primeira vez, está exposto em Portugal. Estudos de Albert P. Krueger, da Universidade da Califórnia, revelaram que esses iões estimulam a produção de serotonina nos nossos cérebros, a “hormona da felicidade”, que melhora o nosso bem-estar e humor. Guy Cramer, que aprofundou ainda mais essa ciência, nomeou os iões negativos de “as vitaminas do ar”. Agindo como um bálsamo invisível, reduzem o stress e trazem uma profunda calma mental.
E foi da procura por este efeito que nasceu a criação de “Rainlight”. A instalação é composta por milhares de luzes suspensas que simulam gotas de chuva brilhantes, acompanhadas pelo som de várias chuvas que se sincronizam com as mudanças nas cores e ritmos das luzes. Assim que o cérebro se ajusta aos estímulos, rapidamente entramos num estado mais calmo, em sintonia com a envolvência.
“Não é bom estarmos sempre na mesma sala, no mesmo espaço. Algo que acontecia na pandemia. Precisamos de cores diferentes, energias, pessoas, conversas. Tudo isso emite frequências e não é através de um ecrã que o sentimos. Precisamos mesmo de senti-lo fisicamente”, acrescenta a artista de 45 anos.
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Irma de Vries confessa que, mesmo que tente, volta sempre à ciência e à história nos seus projetos. Estes não são só tópicos de interesse pessoal, até porque acredita que a ciência nos oferece conhecimento relevante que podemos aplicar nas nossas vidas. “Podemos até ter uma sociedade melhor”.
A inauguração desta experiência aconteceu na passada terça-feira, 22 de abril e vai ficar no Amoreiras até 21 de maio. Pode ser visitada entre o meio-dia e as 22 horas.
Consagrada no seu país e internacionalmente, Studio Irma destaca-se pela exposição “Reflecting Forward”. Esta esteve em exposição no Museu MOCO em Amesterdão, Barcelona e Londres, e neste último o sucesso foi tanto que levou ao prolongamento e depois passagem a exposição permanente, ao lado de artistas como Banksy e Andy Warhol.
“Está espetacular. Ao entrar, parece um universo diferente, mas uns segundos depois tem-se uma sensação de leveza e calma. Acho que vai ser muito interessante para o público e acreditamos até que pessoas que não vêm habitualmente ao Amoreiras virão para visitar esta instalação”, revela António Sampaio de Mattos, diretor-geral do Amoreiras Shopping Center.
Quem quiser conhecer melhor o trabalho da artista Irma de Vries pode fazê-lo no Museu MOCO, em Amesterdão. Para ajudar a concretizar essa vontade, o Amoreiras Shopping Center tem a decorrer um passatempo na sua página de Instagram com oferta de voos, estadia de duas noites e entrada no museu na capital dos Países Baixos.
