Há uma rua em Lisboa que se destaca de todas as outras. Chama-se Rua da Silva, mas todos a apelidam de Rua Verde. Por um lado, pelo seu sentido conceptual, de sustentabilidade, por outro, porque todas as plantas que a cobrem são, verdes.
O resultado vem de um trabalho de “equipa por todos os vizinhos, moradores e comerciantes”, explica Tânia Gil à NiT. Tânia é dona de um atelier de joalharia na rua que é uma transversal do largo do Conde Barão.
Por cima do seu local de trabalho, mora Armando de Sousa. Ambos partilham o gosto por plantas, e pela natureza em geral. É, aliás, na natureza que a designer se inspira para as suas jóias.
“O Armando influenciou todos pelas lindas plantas que caem da sua janela, ele é um verdadeiro conhecedor de plantas e quem delas trata na rua. Muitas pessoas o procuram na rua para perguntar os nomes das plantas e como as tratar”, conta-nos Tânia Gil.
A Armando, juntaram-se os comerciantes e vizinhos do espaço para tornar a rua “mais limpa, mais verde e mais sustentável”. Em 2018, foi criada a Comissão de Eventos da Rua da Silva, que até agora foi plantando as vibrantes plantas pela rua e organizando eventos, como reuniões de vizinhos do bairro e workshops de botânica. Já “o nome Rua Verde, propriamente dito, surgiu mais recentemente”.
“A vossa rua é linda”, é uma frase que Tânia Gil se habituou a ouvir. Bem como os telemóveis e câmaras apontadas ao espaço. Projetos para o futuro da Rua Verde há muitos, de acordo com a artesã, todos os moradores e comerciantes da Rua Verde gostariam de ver este troço com trânsito condicionado, para que as crianças possam brincar de forma segura, com esplanadas urbanas e até talvez fazer uma versão da Rua Cor de Rosa, em verde — “Mas que fique claro que não queremos uma rua de bares, queremos uma rua para se viver de dia”.