Há cerca de 20 anos, praticamente não existia em Portugal um espaço de grande dimensão para receber eventos com mais de 500 convidados. Por isso, Ana Batalha Dias decidiu que estava na hora de colmatar esta lacuna e abriu, juntamente com o marido, a Quinta do Roseiral, na Ericeira, um local que veio revolucionar a forma como os casamentos começaram a ser celebrados no País.
Após duas décadas de portas abertas — e de centenas de cerimónias — continua a ser destino de eleição para os noivos que se querem casar numa quinta de “beleza invulgar”, seja no verão ou no inverno. Aqui, a apenas uma hora de Lisboa, nem a chuva consegue estragar as festas. Afinal, são o maior espaço privado coberto de Portugal, com cinco mil metros quadrados — e tudo no meio de uma extraordinária envolvência natural.
Quando Ana Batalha decidiu tirar o curso de direito e outro de gestão de marketing e hotelaria, nunca pensou que acabaria por se tornar responsável por uma das quintas de casamento de maior sucesso no País, mas a vida dá muitas voltas. “Casei-me e tive quatro filhos, por isso optei por ficar em casa para os criar. A certa altura, fiquei cansada desta rotina e decidi abrir, com o meu marido, um projeto novo”, conta à NiT a empresária de 58 anos.
A sua paixão pela organização de eventos nasceu desde muito cedo, pelo que decidiu fundar a empresa Local Marketing, um negócio inicialmente mais ligado a convívios de empresas. “Na altura começámos a verificar que havia uma grande lacuna no mercado porque não existiam grandes espaços, com mais do que uma sala para se fazer um cocktail ou uma reunião”, explica.
Então, o casal lembrou-se que a quinta de família com 22 hectares que detinha na Ericeira — e que era usado apenas como escritórios — poderia ser uma boa aposta. Esta antiga escola de equitação, com um picadeiro coberto, ganhou uma nova vida, sem perder a sua traça original.
“Quando a empresa começou a crescer, demos inícios às obras para preparar tudo e ter um espaço para eventos que reunisse as condições que achávamos fundamentais, como ter áreas de jardins e bons acessos”, sublinha a responsável.
A criação de três salas distintas — uma para um cocktail, outra para reuniões e a restante para refeições —, um jardim coberto “que desse segurança quando chovesse”, boas casas de banho e uma excelente cozinha foi outra das preocupações do casal para que conseguissem oferecer “algo diferente no mercado”. Assim nasceu, em dezembro de 2004, a Quinta do Roseiral.
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O foco continuava a ser a realização de eventos corporativos, mas a beleza do local pedia mais do que isso. “Começámos a ter muita procura para casamentos, que não era o negócio principal, mas era um mercado apetecível e decidimos experimentar”, recorda. Como não tinham ainda muita experiência na área, viajaram até ao estrangeiro para ver o que se fazia na altura e, confessam, “inovaram bastante o conceito”, pelo menos para aquilo que existia na época.
“Servimos os cocktails, depois fazemos as refeições e o buffet num espaço diferente, o corte do bolo também é num outro lugar”, destacam os responsáveis. Na parte da decoração, procuraram “inovar o mercado português, que ainda era muito tradicional”.
Receberam o primeiro casamento em abril de 2005 e seguiram-se outros 30 só nesse ano. “Era tudo uma novidade, a decoração, os empregados por mesa, o buffet”, diz a fundadora.
Volvidas quase duas décadas, continuam a adaptar-se aos novos tempos e à concorrência: fazem manutenção todos os anos e têm mais de 300 decorações diferentes, para conseguirem responder às necessidades de todos os casais. “Permite-nos estar atuais e inovador pela diversidade de materiais diferentes para criar ambientes distintos nesse aspeto”.
Ao entrar no edifício principal, os convidados podem encontrar salas num total de cerca de cinco mil metros quadrados e um conjunto completo de áreas de apoio, como uma cozinha moderna, diversas casas de banho (forradas a mármore), bengaleiro, camarim, bar, receção, escritórios e outras salas de apoio de menos dimensão.
Um dos grandes destaques é o salão de gala Rosa Chá, com mil metros quadrados de área útil e um pé direito máximo de 6,5 metros, o que permite grandes produções cénicas e audiovisuais. Pode funcionar como um lounge, um espaço para exposições ou refeições.
Já no exterior, a cerimónia poderá ter lugar no salão Rosa Santa Teresinha, um grande jardim de inverno com cobertura de vidro e chão em relva natural e calçada portuguesa. “Como temos muita área coberta, acaba por facilitar bastantes as festas de inverno, que acabam por ter a mesma qualidade que teriam no verão”, destaca.
No mesmo local da Ericeira existe ainda o Rosa Aqua, um enorme salão panorâmico (2.300 metros quadrados) com uma vista impressionante para o vale. No total, a propriedade consegue receber cerca de três mil convidados, com um valor de 150€ por pessoa.
Além da organização de eventos, a Quinta do Roseiral faz serviços de catering. Aliás, foi a equipa de Ana Batalha Dias que tratou do cocktail no casamento real da infanta Maria Francisca, que aconteceu nos claustros do convento de Mafra, no dia 7 de outubro.
A seguir, carregue na galeria para conhecer melhor a Quinta do Roseiral.
